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Dono dos três cargos da linha sucessória da Presidência, PMDB faz convenção nacional neste sábado; Dilma deve comparecer

Marina Motomura

Do UOL, em Brasília

01/03/2013 06h00

O PMDB, segundo maior partido da base aliada do governo federal, atrás do próprio PT, realiza neste sábado (2) convenção nacional para escolher seu novo presidente – o atual, licenciado, é o vice-presidente da República, Michel Temer. A convenção ocorre a partir das 9h em um hotel em Brasília.

PMDB em números

  • 1.024

    prefeitos eleitos em 2012

     

  • 7.943

    vereadores eleitos em 2012

     

  • 78

    deputados federais

     

  • 20

    senadores

     

  • 5

    ministros

     

Temer é o presidente do partido desde 2001, mas o senador Valdir Raupp (RO) é o presidente em exercício e quem ocupa cargo de fato. Além de Temer, são do PMDB o segundo e o terceiro postos na linha sucessória da presidente Dilma Rousseff (PT): o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). 

A presidente Dilma Rousseff é esperada no evento. O Planalto não confirma a ida de Dilma ao evento, mas, nesta semana, a presidente se aproximou da sigla de seu vice. Na quarta-feira (27), Dilma se reuniu com o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e, à noite, foi a jantar oferecido por Temer. Na quinta-feira (28), também se reuniu com o vice-presidente no Palácio do Planalto e nesta sexta irá ao Rio de Janeiro, onde inaugura hospital com o prefeito Eduardo Paes, também do PMDB.

Além dos membros do Diretório Nacional (presidente, vice-presidente, secretários, tesoureiros), os peemedebistas escolhem ainda neste sábado os integrantes da Comissão de Ética e Disciplina, Executiva e Conselho Fiscal.

Está prevista ainda a eleição, pelo novo Diretório Nacional, da Comissão Executiva Nacional e do Conselho Fiscal do partido. Na pauta do encontro também está prevista a discussão de propostas de mudanças no estatuto da sigla.

Amanhã, os pemedebistas planejam mudar o estatuto para permitir que ministros e secretários estaduais e municipais participem da executiva do partido.

De acordo com dados do PMDB declarados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e informações do site do partido, a legenda tem 15 milhões de simpatizantes e 2.420.327 de filiados. Ao final das eleições de 2012, o partido terminou o pleito com 1,95 milhão de votos recebidos, comandando um total de 30,7 milhões de habitantes em 1.024 cidades pelo Brasil. Além de cinco ministros do governo Dilma, o partido tem cinco governadores estaduais, 20 senadores e 78 deputados.

Além da convenção nacional, o partido realiza nesta sexta (1º) a convenção da Juventude do PMDB. O vice-presidente Michel Temer e o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), confirmaram presença no evento, que terá a participação de delegados dos 27 diretórios estaduais da juventude.

Escândalos recentes

Parlamentares do PMDB estiveram envolvidos em uma série de escândalos recentemente. Na semana passada, o Ministério Público Estadual abriu 11 inquéritos para investigar o deputado Gabriel Chalita (SP) por suspeita de corrupção, enriquecimento ilícito e superfaturamento de contratos públicos.

Um analista de sistemas que diz ter sido assessor informal de Chalita entre 2002 e 2006 diz ter sido indicado para se aproximar do político para prospectar negócios para o grupo educacional COC.

Segundo ele, o COC pagou despesas com a locação de aviões e helicópteros, viagens, presentes e uma reforma feita num apartamento de Chalita em Higienópolis, na zona central de São Paulo.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, é investigado pelo Ministério Público Federal.

Uma reportagem da revista "Veja" de 16 de janeiro, mostra que Alves contratou uma empresa de aluguel de veículos com registro em nome de um laranja. Para responder à questão, o deputado primeiro que usava carro próprio, depois falou que o veículo era alugado, mas não lembrava do modelo. Por fim, um assessor de gabinete dele disse que o contrato foi feito a pedido do próprio deputado, que "talvez não se lembre".

Assista ao programa do PMDB veiculado em rede nacional

Por este episódio, Alves passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal.

Além disso, uma série de denúncias atingiu Henrique Alves antes da eleição. Reportagens da "Folha de S.Paulo" apontaram que o parlamentar beneficiou a empresa de seu ex-assessor na Câmara, Aluizio Dutra de Almeida, que também é tesoureiro do PMDB no Rio Grande do Norte por meio de emendas parlamentares. Almeida era assessor do deputado desde 1998 e pediu demissão após a denúncia.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) neste ano por três crimes: peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e uso de documento falso. Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o senador apresentou notas frias para justificar gastos de sua verba indenizatória, o que comprovaria o desvio dos recursos público e caracterizaria o crime de peculato, cuja pena varia de 2 a 12 anos de prisão.

Apesar dos escândalos, Renan e Alves foram as "estrelas" do programa do PMDB, exibido em rede nacional na noite de ontem.