Lula diz não temer reitores: 'Dedo que falta não foram eles que morderam'
Em meio à greve das universidades federais, o presidente Lula (PT) disse na sexta-feira (21), no Maranhão, que não "tem medo de reitor", e brincou com o dedo mindinho que ele perdeu em um acidente de trabalho: "Não foram eles [reitores] que morderam".
O que aconteceu
Para demover os reitores, Lula comparou seu governo com o do antecessor, Jair Bolsonaro (PL). "Vocês estão lembrados de um presidente que nunca recebeu um reitor na vida dele? Nunca recebeu um reitor. Eu, em apenas um ano e sete meses, já convidei duas reuniões de todos os reitores do Brasil, das universidades e dos institutos federais, porque eu não tenho medo de reitor", disse Lula.
Em seguida, ele brincou com o dedo amputado em torno mecânico, quando ele ainda era metarlúrgico. "E esse dedo que falta não foram eles [os reitores] que morderam. Esse dedo eu perdi numa fábrica", disse. "Quero ter uma relação mais democrática possível."
O presidente tem se queixado da greve. Lula já disse não ver motivo para a greve "durar o que está durando" e, numa solenidade no começo do mês, falou dos investimentos em infraestrutura nas instituições de ensino federais.
O governo vai investir R$ 3,17 bilhões em infraestrutura. Hospitais universitários receberão R$ 1,75 bilhão, enquanto a criação de dez campi nas cinco regiões do país custará R$ 600 milhões.
O Ministério da Educação também liberou dinheiro para pagar despesas de custeio. São R$ 279,2 milhões para universidades e R$ 120,7 milhões a institutos federais.
UnB encerra greve
Os professores da Universidade de Brasília puseram fim à greve na quinta-feira (20). Embora o retorno às aulas tenha sido remarcado para a próxima quarta-feira (26), os servidores técnico-administrativos da UnB decidiram, na terça-feira (18), manter a paralisação.
Outras federais também voltarão às atividades. É o caso da Universidade Federal de Minas Gerais, da Federal de Santa Catarina e da Federal Rural de Pernambuco, entre outras.
Lula disse na quinta (20) que ninguém lhe agradece. "Eu, às vezes, fico triste, porque ninguém agradeceu os 9% [de aumento antecipado no ano passado], e estão fazendo uma greve dizendo que é por 4,5%, e que nós não demos nada esse ano", disse ele à Rádio Verdinha do Ceará.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.