Novo ministro do STF diz estar "feliz" que sua posse coincida com manifestações
O novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou nesta terça-feira (25) estar “feliz” que a sua posse, que acontece amanhã, coincida com as manifestações que estão ocorrendo em todo o país.
“Fico feliz de chegar a um cargo no poder público com a juventude e o povo na rua. Essa é a energia que move a história. Energia do bem e da paz.” Ele rechaçou, porém, a violência de parte dos manifestantes. “A violência e a depredação não constroem nada de bom”.
Estão marcadas para esta quarta-feira ao menos três manifestações na Esplanada dos Ministérios, que ocorrerão pouco depois da posse de Barroso no STF, às 14h30.
Barroso assumirá a vaga aberta com a aposentadoria de Carlos Ayres Britto, em novembro do ano passado.
O novo ministro é um dos principais advogados constitucionalistas do país e atuou em casos polêmicos julgados pela Suprema Corte, como o que permitiu a união estável entre casais do mesmo sexo e as ações afirmativas em matéria racial.
Na época em que estudava direito, Barroso militou no movimento estudantil e foi dirigente do Centro Acadêmico Luiz Carpenter, da Faculdade de Direito da Uerj. Foi também um dos organizadores de uma passeata pacífica contra o regime militar logo após a explosão de uma bomba na antiga sede da OAB, no Rio de Janeiro, em 1980.
Casado e pai de dois filhos, Barroso nasceu em Vassouras (RJ). Ele é o quarto ministro indicado por Dilma. Os demais foram os ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Teori Zavascki.
Para ocupar o cargo de ministro, ele deixou o escritório de advocacia que mantinha e o cargo de procurador do Estado do Rio de Janeiro.
Reforma política
Sobre a reforma política, assunto de plebiscito anunciado pela presidente Dilma Rousseff ontem, Barroso havia se pronunciado sobre o assunto ao ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, há três semanas.
Barroso afirmou ser favorável ao financiamento público de campanhas, com a possibilidade de pessoas físicas também poderem fazer doações, respeitando um teto máximo, mas sem espaço para doações por parte de pessoas jurídicas.
No entanto, ele observou que, para o financiamento público funcionar adequadamente, é preciso que as campanhas sejam barateadas e haja um controle eficaz dos gastos.
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