Governador tucano de Alagoas processa jornal da família Collor
O governo do Estado de Alagoas processa o jornal do grupo de comunicação da família Collor por, segundo a ação, “criar factoides” contra a administração e "causar medo" à população.
O senador Fernando Collor de Mello (PTB) tem feito reiteradas críticas ao governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), em discursos e entrevistas no Estado, especialmente no setor de segurança.
No último ataque, em palestra a contadores no último dia 10, Collor disse que que o governo maquia índices fiscais com objetivo “de endividar ainda mais o Estado, com novos empréstimos".
O ataque às contas de Vilela foi a gota d'água para piorar ainda mais o clima entre os dois políticos, que devem se enfrentar na disputa pela única vaga do Senado de Alagoas em 2014. Além deles, a disputa deve contar também com a ex-senadora e vereadora de Maceió, Heloísa Helena (PSOL).
Ação
Vilela Filho afirmou que decidiu ingressar com ações cíveis e penais contra o jornal, “tendo em vista a autêntica coleção de informações infundadas e sem compromisso com a verdade que tem sido publicada".
Matérias com as críticas do senador têm sido divulgadas quase que diariamente no jornal "Gazeta de Alagoas", integrante da OAM (Organização Arnon de Mello), de propriedade da família Collor. O impresso é o que tem maior circulação no Estado.
Para o governador, o jornal se tornou um “panfleto eleitoral”.
“Venho a público alertar para a campanha difamatória promovida pelo jornal 'Gazeta de Alagoas' e as práticas tendenciosas com que o periódico pertencente à Organização Arnon de Mello, que tem como sócio o senador Fernando Collor de Mello, altera o conteúdo das informações, distorcendo-as para dar suporte a um noticiário direcionado e publicado para induzir a opinião pública contra o Governo do Estado”, disse.
Vilela também apontou que o senador usaria os meios de comunicação para amedrontar os alagoanos.
“É inaceitável a utilização irresponsável dos graves problemas enfrentados na área de segurança pública, que ocorrem indistintamente no Nordeste e no Brasil, para disseminar medo na população e a discórdia entre as corporações que lutam nas ruas para defender os cidadãos”, disse.
Resposta
O diretor-executivo da OAM, Luís Amorim, criticou a atitude do governador em divulgar nota para anunciar ação contra o grupo, e defendeu a independência da "Gazeta de Alagoas".
“Em vez de ação na Justiça, o governador deveria responder com ações que minimizassem o pior IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] do país, a maior evasão e pior aproveitamento escolar, o maior índice de homicídios. Deveria ter com ações na saúde, na educação. Seria muito bom que a nota dele respondesse a isso”, afirmou.
Amorim negou que o jornal crie factoides e esteja perseguindo o governo do Estado.
“O veículo da OAM apenas retratam o que os indicadores oficiais apontam. Não temos nada a responder sobre isso. A Justiça vai verificar que não tem nenhuma inverdade, o material publicado está embasado naquilo que a sociedade reclama”, afirmou.
O diretor da OAM também negou qualquer influência do senador sobre o conteúdo do jornal. “Não há nenhuma relação. O veículo tem sua linha editorial, que deve ser cumprida. Por acaso o senador é um acionista, mas não tem nenhuma relação causa-efeito nisso”, disse.
A OAM é o maior grupo de comunicação de Alagoas que inclui duas emissoras de TV –uma delas afiliada à Globo-, dois portais de Internet, rádios AM e FM e um jornal impresso.
Procurada, a assessoria de imprensa do senador afirmou que Collor ainda não se pronunciou sobre o caso.
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