Saque de US$ 10 milhões sem documentação é normal, diz Petrobras
A Petrobras declarou em nota que "não foram constatadas quaisquer irregularidades no saque de US$ 10 milhões" de uma conta da refinaria de Pasadena feito sem documentação em fevereiro de 2010. A resposta da empresa foi enviado ao UOL nesta sexta-feira (25), embora tenha sido solicitada no dia anterior.
“Este saque foi autorizado verbalmente, por ser uma atividade usual de trading (depósitos e saques em corretoras), o que é considerado normal”, disse a Petrobras.
A transação financeira foi verificada durante uma auditoria feita pela Petrobras em 2011 na refinaria no Texas e citada em um relatório divulgado pelo jornal “O Globo” na quinta-feira.
Segundo a Petrobras, “esse trabalho de auditoria é rotineiro” e a empresa “vem adotando medidas para correção dos problemas detectados”.
Compra da refinaria
A auditoria mostrou que o valor foi sacado no dia 5 de fevereiro de 2010, ano em que a Petrobras América e sua sócia, a empresa belga Astra Oil, disputavam judicialmente a aquisição pela companhia brasileira dos 50% remanescentes das ações de uma joint venture (associação de empresas) firmada entre as duas companhias.
Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria no Texas por US$ 360 milhões, travando, em seguida, uma batalha judicial com a Astra Oil, dona da outra metade. A compra foi aprovada por Dilma Rousseff, que na época era chefe da Casa Civil do governo Lula. Em 2012, a Petrobras comprou os 50% restantes da refinaria por US$ 820 milhões.
A aquisição de Pasadena pela Petrobras, por um valor total de US$ 1,2 bilhão, e a declaração da presidente Dilma Rousseff de que a compra foi baseada em informações de um documento "técnica e juridicamente falho" desencadearam uma crise no governo e o pedido da instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias envolvendo a estatal brasileira.
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