Delação de Delcídio sai do processo de impeachment de Dilma: quem ganha?
Em reunião nesta terça-feira (22), Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da comissão especial da Câmara que analisa o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, anunciou que a delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) não será incluída no processo de impedimento da presidente. Quem saiu ganhando com essa decisão? O que significou para os atores envolvidos na atual crise política?
Governo federal
Deputados federais governistas contestavam a inclusão porque o conteúdo da colaboração de Delcídio, segundo eles, não faz parte do pedido inicial de impeachment, que se baseou nas chamadas pedaladas fiscais. Parlamentares chegaram a afirmar que recorreriam ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso a delação premiada fosse levada em conta. Ponto para o governo federal.
Oposição
A princípio, a oposição apoiou a juntada de documentos porque se tratava de mais argumentos a favor do impedimento de Dilma Rousseff. Mas, após reavaliação, parlamentares opositores mudaram de ideia e passaram a concordar com a retirada. O temor era que os questionamentos que seriam feitos pelos governistas retardassem o andamento do processo, e a oposição tem pressa de ouvidos atentos à "voz das ruas". Ponto para oposicionistas.
Nomes citados por Delcídio
O senador Delcídio do Amaral foi preso em novembro de 2015, durante a Operação Lava Jato, investigado por tentar atrapalhar as investigações. Em fevereiro passado, ele deixou a prisão depois de firmar um acordo de delação premiada. Em sua colaboração, ele cita Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, além de personagens importantes do cenário político, como o vice-presidente Michel Temer, os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL) respectivamente, e o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). Ao todo, o senador implicou 74 pessoas. Elas também saem ganhando à medida que menos luz é jogada sobre seus nomes.
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