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Temer é recebido com gritos de "golpista"; Renan antecipa sessão do Congresso

Felipe Amorim e Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

23/05/2016 16h32Atualizada em 23/05/2016 18h39

Ao chegar ao Senado para se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente interino Michel Temer foi recebido nesta segunda-feira (23) com gritos de "golpista, golpista, golpista" por parlamentares do PT.

Os deputados Moema Gramacho (PT-BA) e Paulo Pimenta (PT-RS) participaram do protesto, acompanhados de assessores.

Temer chegou acompanhado do secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, ao gabinete de Renan. O ministro do Planejamento, Romero Jucá, chegou em seguida. Também está presente o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Temer se reuniu por cerca de meia hora com Renan Calheiros para entregar a proposta de alteração na meta fiscal. O governo interino quer autorização do Congresso para fechar o ano com um rombo nas contas públicas ainda maior que o previsto pela presidente afastada Dilma Rousseff.

O governo interino foi ao Senado entregar a proposta de redução da meta fiscal (economia para pagar juros da dívida) deste ano, em meio à repercussão da divulgação de diálogo no qual Jucá aparentemente sugere a intenção de frear a Operação Lava Jato. Na semana passada, a equipe econômica do governo interino propôs alterar para R$ 170,5 bilhões a previsão de rombo nas contas da União neste ano.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também participou da reunião e foi recebido a gritos de "golpista".

Após a reunião, Renan Calheiros disse que a análise da nova meta fiscal enviada pelo governo do presidente interino Michel Temer é uma "exigência nacional" e anunciou ter antecipado a sessão do Congresso desta terça (24) para analisar a matéria.

Renan disse que fará o possível para que a nova meta seja aprovada e avaliou que o que está em jogo agora são os interesses do país e não o governo Temer.

A deputada Moema Gramacho protestava , no Salão Azul do Senado com um cartaz dizendo: "Delcídio = Jucá. Prisão e Conselho de Ética Já!". "Queremos que o Jucá volte ao Senado e se explique sobre essa declaração de estancar a Lava Jato", disse.

Moema - Leandro Prazeres/UOL - Leandro Prazeres/UOL
Deputada do PT protesta contra ministro Romero Jucá
Imagem: Leandro Prazeres/UOL

Ouça trechos das conversas

UOL Notícias

Temer assumiu a Presidência interinamente no último dia 12, após o Senado aprovar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que foi afastada por até 180 dias. Dilma e o PT têm dito, em sua defesa, que o impeachment seria um "golpe". Desde que assumiu o cargo, Temer tem sido alvo de protestos.