Atenção: Lula anuncia um presente para o Brasil
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O presidente Lula anunciou hoje que estava oferecendo um presente ao Brasil. Como é que eu fiquei? Peguei a pipoca. Prestei atenção! Fiquei na expectativa!!! O que será? O que será? Assim, que nem você ficou com o título que demos hoje.
Eis que Lula anuncia o presente, a novidade: "O jovem Galípolo". What?!!!! Não soubesse eu quem é o Gabriel Galípolo, acharia que poderia se tratar de um presente grego. No fim, era só o novo presidente do Banco Central. E Lula fez um videozinho para dizer que Galípolo vai ser o presidente com a maior autonomia da História do BC. Hmmmm. Çei. É que o dólar bateu mais de 6 reais, como nunca antes na História, daí é preciso correr atrás mesmo, darling.
Para quem não lembra, assim que assumiu o governo, Lula foi com tudo para cima do Gostosão Geral da República, o Roberto Campos Neto (que está deixando a presidência do Banco Central. Adiós, Campos Neto! A galera pede que você compareça ao futevôlei). Lula disse várias vezes que a culpa de todos os males da economia era por conta dos juros do BC e que o Campos Neto não entendia nada de economia e nem da vida dos pobres. (Lembrando que Campos Neto cometeu o erro crasso de quem tem um cargo técnico: ir votar com a camisa do Brasil. Politizou o rolê.)
Enfim, agora o nosso presidente promete que não fará nenhuma pressão no Galípolo (mas não sem antes garantir que o novo presidente do BC está alinhado e é de confiança).
Pensamento aleatório. Então já não interferiu?
Para os perdidos: O Banco Central é autônomo por lei, logo, Lula já não pode mesmo interferir.
Contando as doletas
O fato é que a sexta-feira, véspera do feriadão das festas de fim de ano, foi dia de se correr atrás. Dá-lhe Banco Central vendendo dólar, dá-lhe Congresso aprovando pacote fiscal, dá-lhe declarações do Haddad e dá-lhe o Lula dizer que não vai mais interferir no BC. Tudo para que o mercadinho (o financeiro) se acalmasse. Como diz o Octavio Guedes, da GloboNews, o problema do dólar não é o mercado, mas o supermercado.
E parece que o Lula notou que a coisa poderia ir parar no supermercado (dólar faz subir preços dos alimentos, darling, fora gasolina, as blusinhas da Shein, etc e tal). Tanto que Lula nem falou de improviso, mesmo sendo um videozinho de Twitter (não sei, mas acho que a parte em que ele disse que estava entregando um presente para o Brasil foi no improviso). De resto, deu a impressão de que era tudo decorado.
E surtiu efeito. O dólar, que chegou a fechar a 6,26 reais nesta semana, fechou hoje a 6,07 reais. Mas note que ainda está acima de 6 reais. Ainda tem muito para fazer cair.
Haddad, nosso Fernandinho Cabelo, parece que sabe que é preciso fazer cair mais esse dólar e disse hoje que o pacote aprovado nesta semana foi só a primeira leva de ajustes. (Novidade aqui é essa nossa intimidade. Alguém já tinha ouvido falar dessa história de "nova leva"?). Ou seja, vai ter mais pacote fiscal no ano que vem. Mais uma fala para acalmar o mercadinho. O próprio Lula disse no vídeo do Galípolo que se precisar fazer novos ajustes, fará.
E o IR?
Haddad disse aos jornalistas que tem um acordo com o Congresso e vai mandar a questão da isenção do Imposto de Renda para os pobres e que só não mandou este ano porque tinha uma inconsistência no dispositivo que faz a calibragem do rolê. (Tá lendo a Tixa, Fernandinho? Me gusta.) Só resta saber se o acordo ainda vai valer, já que os comandos das casas vão mudar.
A melhor parte é quando ele disse que anunciou a medida, mas que nunca imaginou que o Congresso fosse de fato votar o IR em duas semanas. Por que raios então o ministro anunciou a medida em rede nacional de televisão lá no distante novembro?
Se você está perdido, o anúncio da isenção de IR ofuscou o pacote de corte de gastos e foi aí que o dólar começou a subir sem parar. Quando o governo dá um benefício fiscal para alguém, gasta mais. Foi quando Lira, nosso Arthurzito da Câmara frigorífica, avisou para o governo que nem adiantava mandar que o IR não passaria. (Mas nem preciso relembrar aqui dos benefícios que seguem soltos por aí, né?)
Chão de fábrica
Basicamente, o Congresso está mandando e desmandando no governo. Já foi assim no Bolsonaro, está sendo assim agora no governo Lula. E o pacotinho do Haddad foi o que o Congresso quis que fosse.
Tudo gira em torno dos R$ 50 bilhões em emendas. O governo teve até que fazer vista grossa para a decisão suprema que exige transparência no caso das emendas e assim conseguir aprovar o pacote. E já tem jornal noticiando ameaças de que se o governo voltar atrás e não liberar as emendas, vão fazer o governo se emendar e passar uma proposta de emenda à Constituição que tirará os poderes dele sobre as emendas. Aff!!!
E o Lira se despediu ontem da presidência (quando voltar das férias já vai ter eleição para eleger o novo presidente) e disse que voltará ao chão de fábrica e que ele gosta do chão de fábrica. Que gente humilde, né, darling? Lira é o próprio Charles Chaplin. Voltará ao chão de fábrica coroado como Todo Poderoso e cheio de verbas de emendas que conseguiu destinar para seu país, digo, seu estado, as Alagoas. Ele quer ir para o Senado nas próximas eleições e será conhecido no estado como o homem que fez e aconteceu todas as obras. Até lá, há quem diga que ele pode ser ministro de Lula.
Hoje, Lira fez com que chegasse a todos os jornais que o PT está com poder desproporcional sobre verbas dos ministérios. O PT representa 12% do parlamento, nas contas de Lira, mas toma conta de 80% da verba orçamentária do governo. E isso aqui não é orçamento de emenda, não, darling. É orçamento grosso mesmo. Lira está bem é de olho em verbas de uns fundões aí que estão em alguns ministérios estratégicos.
Todo mundo sabe que vai ter uma reforma ministerial no ano que vem. Pancadaria à vista.
Notícias da gringa
O Musk Siberiano anunciou hoje que só o partido AfD, de extrema direita com ligações neonazistas, é capaz de salvar a Alemanha. Olha que beleza! Vai ter eleição lá porque o Olaf Scholz não segurou as pontas.
Erramos: Darling do céu, erramos ontem. Escrevi uma tremenda bobagem, de que o abono salarial era pago a demitidos. Aff. Not.
Pós-Post: nem sei se vai ter notícia na segunda-feira, o relator do Orçamento já disse que não vai votar nada no sábado e vai para as férias, não sei se a polícia trabalha. Mas estaremos aqui, BRASEW!
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