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Pedido de prisão tenta "influenciar" Conselho de Ética, diz Cunha

Para Cunha (à dir.), Janot quer constranger parlamentares que defendem sua absolvição - Pedro Ladeira/Folhapress
Para Cunha (à dir.), Janot quer constranger parlamentares que defendem sua absolvição Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

07/06/2016 13h54

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificou nesta terça-feira (7) o pedido de prisão feito pela PGR (Procuradoria Geral da República) contra ele como "absurdo" e disse que a intenção do órgão é "constranger" e "influenciar" o resultado da votação no Conselho de Ética da Câmara, onde ele enfrenta um processo que pode resultar na sua cassação.

Cunha é alvo de um pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Além dele, outros três líderes do PMDB tiveram a prisão pedida: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente da República José Sarney (AP).

"Não tomei ciência do conteúdo do pedido do Procurador Geral da República, por isso não posso contestar as motivações. Mas vejo com estranheza esse absurdo pedido, e divulgado no momento da votação no Conselho de Ética, visando a constranger parlamentares que defendem a minha absolvição e buscando influenciar no seu resultado", diz nota de Cunha.

A base do pedido de prisão contra Cunha seria a constatação por parte da PGR de que a suspensão de Cunha do mandato de deputado e o seu afastamento da Presidência da Câmara não impediram que ele tentasse interferir no processo que tramita contra ele no Conselho de Ética da Câmara.

O conselho iniciou nesta terça-feira o processo de votação do parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO) que pediu a cassação do mandato de Cunha por ele ter mentido durante seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras ao dizer que não possuía contas no exterior.

Já a base para o pedido de prisão dos outros três são as gravações realizadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que mostram o trio conversando sobre a Operação Lava Jato.

Em uma das conversas, Jucá afirma que é preciso fazer um pacto para "estancar a sangria" causada pela operação. Renan, por sua vez, aparece admitindo que trabalhou para evitar a recondução de Janot para o cargo. Sarney, por outro lado, ofereceu ajuda a Machado para se defender da Lava Jato.