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Ex-mulher desconhecia origem de dinheiro dado por Cabral, diz advogado

Advogado de Suzana Neves Cabral, Sérgio Vieira chega a sede da Polícia Federal, na zona portuária do Rio - André Horta/Estadão Conteúdo
Advogado de Suzana Neves Cabral, Sérgio Vieira chega a sede da Polícia Federal, na zona portuária do Rio Imagem: André Horta/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

26/01/2017 10h51

O advogado de Suzana Neves, ex-mulher de Sérgio Cabral, afirmou nesta quinta-feira (25) que sua cliente desconhecia a origem do dinheiro dado a ela pelo ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, preso pela Polícia Federal sob suspeita de chefiar um esquema de corrupção e cobrança de propina.

Segundo Sérgio Riera, que chegou nesta manhã à sede da PF para acompanhar o depoimento de Suzana, os valores recebidos representavam uma "espécie de pensão", pois Cabral e ela tiveram três filhos --entre os quais o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB). Suzana chegou de carro à sede da Polícia Federal e entrou direto pelo estacionamento, por volta das 10h.

"Ela não diz que houve qualquer benefício. Ela não sabe a origem. Haviam pagamentos que eram feitos, como já saiu na imprensa, mas ela não sabia a origem. Para ela, eram valores lícitos", afirmou Riera.

"Era uma espécie de pensão, mas não havia nada judicializado em relação a isso. Mas eram valores para arcar custos", completou.

Suzana foi levada coercitivamente nesta manhã para depor na PF. Além disso, policiais estão em sua residência cumprindo mandado de busca e apreensão --recolhendo documentos e possíveis provas.

As ordens foram expedidas no âmbito da Operação Eficiência, realizada nesta quinta. A ação é um desdobramento da Operação Calicute, com investigações da Operação Lava Jato.

Riera afirmou que Suzana não esperava ser alvo de condução coercitiva, mas que ela está "tranquila e vai responder todas as perguntas". "Surpreende qualquer um ser acordado de manhã cedo com a polícia batendo na porta", disse.

O advogado declarou ainda que sua cliente teria comparecido à PF caso fosse "convidada". "Poderiam ter intimado ela. Ela viria e responderia a todas as perguntas. Não havia necessidade dessa violência."