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Deputado diz que vai devolver dinheiro público usado para visitar Cunha na prisão

Marun (à esq.) discursa na sessão em que Cunha foi cassado no ano passado - Agência Câmara - 13.set.2016
Marun (à esq.) discursa na sessão em que Cunha foi cassado no ano passado Imagem: Agência Câmara - 13.set.2016

Do UOL, em Brasília

31/01/2017 14h58

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) usou dinheiro público durante a viagem que fez para visitar o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na prisão, em Curitiba.

O caso foi revelado primeiramente pelo jornal “O Globo”. Após a publicação da reportagem, Marun disse ao UOL que vai devolver ainda esta terça (31) o valor gasto -- R$ 1.242,62, sendo R$ 154,35 em hospedagem e R$ 1.088,27 em passagens aéreas.

“As outras despesas (transporte e alimentação) que eu fiz e paguei, já não havia passado recibo e nota para o meu gabinete”, afirmou o deputado, um dos mais fiéis aliados de Cunha.

Marun visitou Cunha no dia 30 de dezembro no CMP (Complexo Médico-Penal do Paraná), em Pinhais, nos arredores de Curitiba. Segundo informações disponíveis no site da Câmara sobre o uso de cota parlamentar pelos candidatos, Marun viajou de Porto Alegre a Curitiba no dia 29 de dezembro. No mesmo dia, se hospedou no hotel Rochelle Corporate, na capital paranaense.

Visita de 'caráter natalino'

Em nota, o deputado disse que sua visita a Cunha “não teve caráter político, tendo sido uma visita natalina de caráter solidário”. No comunicado, Marun também diz considerar “que isto demonstra a absoluta transparência da Câmara Federal no trato das despesas do exercício dos mandatos parlamentares.”

Marun foi um dos dez deputados que votaram contra a cassação do mandato de Cunha na Câmara, em setembro. No mês seguinte, o ex-deputado foi preso preventivamente no âmbito da Operação Lava Jato.

Esta semana, o UOL mostrou que, mesmo preso, Cunha mantém contato com pessoas do meio político. Nos últimos dois meses, o ex-deputado foi visitado em ao menos duas ocasiões por Lucas de Castro Rivas, assistente técnico da Câmara e filho do advogado Aldenir Ferreira Rivas, que impetrou ação na Justiça Federal contra a candidatura à reeleição do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cunha e Maia são desafetos.

Lucas admitiu as visitas e que conversou sobre a sucessão de Maia, mas negou que ação impetrada por seu pai tenha sido feita a pedido de Cunha.