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Doria volta a se esquivar sobre candidatura em 2018, mas diz que povo é quem decide

Prefeito João Doria, em foto de arquivo - Jales Valquer/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Prefeito João Doria, em foto de arquivo Imagem: Jales Valquer/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

07/04/2017 01h42

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a negar nesta sexta-feira (7) que se candidatará à Presidência do país em 2018. Em entrevista ao jornalista Mario Sergio Conti para a GloboNews, levada ao ar na madrugada, ele disse que foi eleito para ser prefeito e que sua atenção, agora, estaria em apenas isso. "A melhor contribuição que eu posso dar à democracia brasileira é ser um bom prefeito para a cidade de são Paulo", disse.

Ressaltou, entretanto, que acredita, a exemplo do que certa vez lhe teriam dito o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ambos do mesmo partido, que, na política, quem determina se alguém vai ser ou não candidato são as circunstâncias. "Quem decide é o povo."

Disse que tem, por dever, lealdade ao governador, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto. "Ele não foi o meu apoiador, quero deixar bem claro. Geraldo Alckmin foi o fiador da democracia das primárias do PSDB. Não fosse ele, as prévias não teriam ocorrido em São Paulo. Ele garantiu isso e me disse com clareza: 'você será o meu candidato quando for o candidato do PSDB, quando vencer as prévias'". E assim foi. Eu venci as prévias e me tornei candidato dele e do PSDB." 

E que, por isso, "neste momento", seu candidato continuaria sendo Alckmin. "Eu confio nele, é um bom gestor, um bom homem público."

Questionado sobre o fato de sua popularidade andar maior que a do padrinho, Doria deixou escapar um espontâneo "pois é", acrescentando que isso se deve à sua "forma de trabalho", remendando em seguida que "Geraldo também é um homem popular".

Conti insistiu na questão, dizendo que, sobre Alckmin, pesam suspeitas de recebimento de dinheiro de caixa 2 para campanha, conforme delação de executivos da Odebrecht no âmbito da Lava Jato - o que não ocorreria com Doria -, e que isso seria mais um indicativo de que há um "balanço" na direção do prefeito. Mas Doria despistou mais uma vez e defendeu o governador.

"Eu confio na idoneidade e na transparência, na postura do governador Alckmin, e tenho certeza absoluta de que ele sairá incólume desse processo."

Críticas ao PT e petistas

Doria, que tem feito nas últimas semanas severas críticas ao PT e, em especial, aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, disse que todas elas são justificadas, já que o governo petista rendeu ao país os "13 piores anos de sua história", além do "maior roubo da história da Petrobras". 

Conti lembrou que nenhum dos dois chegou a ser condenado pela Justiça, mas Doria interrompeu dizendo "deverão ser".

"Deverá é uma coisa, ser é outra", ponderou o jornalista, argumentando que, pensando desta forma, Alckmin também se enquadraria em tais acusações por parte do prefeito. "Você tem razão", voltou atrás o tucano.

Doria disse que tem amigos no partido --"algumas pessoas são honestas mesmo frequentando o PT", declarou--, mas que a sigla não pode voltar ao poder porque é a responsável por "13 milhões de desempregados, a pior recessão econômica da história e a pior imagem do país no exterior".

"Não é possível imaginar que esse cidadão, Luiz Inácio Lula da Silva, venha a dizer agora nas redes sociais e nos discursos que faz em regiões remotas do nordeste do Brasil que quer voltar [à Presidência da República] para salvar o Brasil. Salvar do quê?", se indignou Doria.