OAB vai enviar representante para acompanhar depoimento de Lula a Moro
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vai enviar na próxima quarta-feira (10) um representante da entidade para acompanhar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sergio Moro, em Curitiba. A decisão foi tomada após um pedido do principal advogado do ex-presidente, o criminalista Cristiano Zanin Martins.
Em documento protocolado na noite de sexta-feira (5) na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam os processos em primeira instância da Operação Lava Jato, a seccional paranaense da OAB informou que o advogado Andrey Salmazo Poubel foi designado para acompanhar o interrogatório de Lula. O objetivo, de acordo com o ofício, é o “de resguardar as prerrogativas inerentes ao livre exercício da advocacia”. Poubel é procurador-geral da OAB-PR.
“Há de se atentar, por óbvio, em que pese tudo que circunda os autos, que o objetivo da OAB-PR não é de causar tumulto ou embaraços para a realização do ato. Ao contrário, visa somente auxiliar na manutenção da ordem jurídica vigente e na proficiência processual, o que trará benefícios a todos os atores processuais”, lê-se no ofício encaminhado a Moro.
O documento da OAB-PR pede que Sergio Moro determine "as providências necessárias" para que o representante da Ordem "acesse ao prédio da Justiça Federal de Curitiba" no dia do depoimento de Lula. Moro ainda não se pronunciou sobre o documento.
Lula é réu em uma ação penal na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a acusação de ter recebido propina da OAS, no âmbito do esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Segundo a denúncia, Lula teria recebeu da empreiteira um tríplex no Guarujá (SP), além do pagamento do armazenamento de bens recebidos durante sua passagem pela Presidência da República. Lula nega as acusações.
Mudanças na gravação do depoimento
Moro ainda não emitiu também sua decisão a respeito do pedido da defesa de Lula para que fosse alterado o modo de gravação do depoimento do ex-presidente.
A defesa de Lula pediu à Justiça Federal que a câmera a registrar o depoimento focalize quem estiver falando no momento, em vez de estar parada no interrogado, como é comum nas audiências da Lava Jato. Eles pretendem ainda realizar a própria gravação, com som e imagem.
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato já manifestaram seu posicionamento contrário ao pedido dos advogados do ex-presidente. Os representantes do MPF (Ministério Público Federal) afirmaram também ser contra que seja permitido aos advogados de Lula realizarem sua própria gravação do depoimento.
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