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Diante de empresários, Temer diz que "não há plano B" para o Brasil e recebe apoio de aliados

Tucanos e chefes do Legislativo declaram apoio a Temer

UOL Notícias

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

30/05/2017 10h21Atualizada em 30/05/2017 12h56

No momento em que enfrenta a mais grave crise política do seu mandato, diante de articulações para a escolha e de um eventual substituto e com as reformas propostas por seu governo ameaçadas no Congresso, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta terça (30) que não “há plano B para o Brasil” diante de uma plateia de empresários que participam de um fórum sobre investimentos em São Paulo.

“Quero dizer que cada passo que nos guiou foi sentimento de responsabilidade. Queremos um futuro melhor. Não há plano ‘b’. Afinal, a responsabilidade rende frutos”, afirmou o presidente ao defender a aprovação do teto de gastos públicos e das reformas trabalhista e previdenciária apresentadas por seu governo.

No início do seu discurso Temer disse que o Brasil está no caminho desenvolvimento, se referindo às reformas propostas pelo seu governo e que não se afastará dele. "Nosso governo devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento e, desse caminho, nós não nos afastaremos", disse, acrescentando que o governo não permitirá a volta de "medidas populistas", que na sua opinião "colocam em risco o presente e futuro dos brasileiros".

Embora sua base aliada no Congresso Nacional tenha sido reduzida, com o desembarque de quatro partidos após a divulgação da gravação de uma conversa entre Temer e Joesley Bastista, um dos donos da JBS, o presidente se referiu durante todo o seu discurso ao "intenso diálogo do Executivo com o Legislativo" e no apoio dos parlamentares às reformas propostas. 

"Seria cômodo que eu assumisse o governo e deixasse as coisas como estavam para o meu sucessor pudesse levar adiante as reformas fundamentais para o Brasil. Mas não. Na base de muito diálogo e em harmonia com o Congresso Nacional, e eu digo sempre que em um presidencialismo democrático quem governa é o Executivo, juntamente com o Legislativo, ou seja, governamos juntos e com muito diálogo", disse. 

Apoio de lideranças do PSDB

Antes do presidente, discursaram lideranças do PSDB como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Aloysio Nunes Ferreira, ministro das Relações Exteriores, e o prefeito de São Paulo, João Doria. Todos declaram apoio a Temer.

“O Brasil é mais forte que qualquer crise. Os líderes verdadeiros não recuam”, disse Doria. “O Brasil não quer populismo. O Brasil quer reformas”, afirmou Alckmin.“Temer vai entregar um país melhor em 1º de janeiro 2019”, declarou Ferreira.

Durante o seu discurso, o chanceler brasileiro elencou os principais feitos dos presidentes brasileiros que chefiaram o Executivo desde a redemocratização, pulando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Temer, sem mencionar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de quem Temer era vice antes de ela sofrer um processo de impeachment.

"Temer não faz governo de transição, mas governo reformista, que busca atualizar o legado dos seus antecessores, com sólido e majoritário apoio Congresso", elogiou Ferreira.

Apesar dos elogios das lideranças à gestão Temer, o PSDB, principal partido da base aliada, ainda espera o resultado do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) marcado para o dia 6 de junho para decidir se fica ou desembarca do governo. 

"Brasil não precisa de novas mudanças na presidência", diz Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB), também participaram do evento e, durante seus discursos, reforçaram o compromisso com as reformas apresentadas por Temer.

“Vamos aprovar todas as reformas porque temos responsabilidade com o povo. O Parlamento vai seguir em frente apesar de todas as dificuldades do Brasil”, disse o presidente do Senado. “Vamos retomar análise da reforma da Previdência. Sem a reforma, não haverá futuro correto e digno. Não haverá emprego”, disse Maia.

“Você [Temer] conte com a Câmara e com a minha parceria. Reafirmo o meu compromisso com o presidente Michel Temer”, completou o presidente da Câmara, que é responsável por aceitar o ou arquivar os pedidos de impeachment contra Temer.

Após o encerramento, Maia foi abordado por jornalistas e afirmou esperar que as reformas aconteçam sob a égide do governo Temer, complementando que o Brasil não precisa de uma nova mudança na presidência.

"Espero que seja com o presidente Michel Temer. O Brasil não precisa de novas mudanças na Presidência da República. Com o presidente se garante uma estabilidade maior, agora as decisões que outros poderes vão tomar eu não falo pelos outros poderes, mas a Câmara dos Deputados", afirmou.

Sobre a crise política, Maia disse ainda que Temer vive um momento difícil, mas que "ele tem feito a sua defesa e acho que ao longo do tempo as coisas vão ficar mais calmas e voltaremos a normalidade que o Brasil tanto precisa". Para o presidente da Câmara dos Deputados, também não há "plano B". " Câmara tem um plano A, as reformas", finalizou.