Após 9 meses e com pacote fiscal aprovado, grades no entorno da Alerj são retiradas
Um dos prédios mais bonitos do centro histórico do Rio de Janeiro, o Palácio Tiradentes, que abriga a Assembleia Legislativa do Estado, passou quase nove meses cercado. As grades, que começaram a ser retiradas nesta quinta-feira (7), foram colocadas em novembro e lá estiveram durante quase toda a votação do polêmico pacote de austeridade encaminhado aos deputados pelo governo do Estado, aprovado no fim de junho.
Há dois meses com salários atrasados e ainda sem ter recebido 13º, os servidores do Estado questionam o governo que, a fim de receber socorro financeiro da União, se comprometeu com um regime de recuperação fiscal que inclui, entre outros pontos, a venda da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), aumento da contribuição previdenciária dos servidores e teto de gastos para o Estado pelos próximos três anos.
Em um dos protestos, manifestantes chegaram a invadir o prédio e subir na mesa da presidência; em outro ato, policiais do Batalhão de Choque usaram uma igreja vizinha à Alerj como base para atirar contra os servidores que tentavam derrubar a cerca.
Cenas envolvendo ruas fechadas e manifestantes entrando em confronto com policiais em frente ao palácio tornaram-se comuns, assim como votações realizadas sob forte escolta da PM e odor de gás lacrimogêneo.
As grades, informa a assessoria de imprensa da Casa, foram colocadas ao redor do prédio por recomendação da secretaria de Estado de Segurança e da Polícia Militar “quando o local foi alvo de diversas manifestações de servidores contra o pacote de medidas enviado pelo Governo do Estado”.
“As votações já aconteceram e os salários dos servidores devem ser colocados em dia. Então, chegou-se a um acordo com a secretaria de segurança de que agora era o melhor momento para a retirada”, afirma a subdiretora-geral de segurança da Alerj, Cristina Vilhelha.
O governador Luiz Fernando Pezão promete quitar os salários dos servidores em até 60 dias.
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