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STF nega recurso de Lula para tirar de Moro delação sobre sondas da Petrobras

STF negou recurso da defesa do ex-presidente Lula - Nacho Doce/Reuters
STF negou recurso da defesa do ex-presidente Lula Imagem: Nacho Doce/Reuters

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

29/08/2017 18h39

A 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) negou nesta terça-feira (29) o recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a parte da delação da Odebrecht sobre suposto esquema de corrupção em licitação para a construção de sondas para a exploração do pré-sal fosse retirada do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Moro é o responsável na primeira instância do Judiciário pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

A defesa do ex-presidente havia recorrido de decisão do ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, de encaminhar a Moro os depoimentos dos três delatores da Odebrecht que citaram o esquema envolvendo a construção de sondas para a Petrobras. Segundo os delatores, o esquema envolvia a promessa de pagamento de 1% do valor dos contratos em propina. 

Parte desse valor seria repassado a executivos da Petrobras e ao PT, mas, segundo o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, os valores devidos ao PT não foram pagos. O herdeiro da empreiteira afirma que barrou os pagamentos ao partido por entender que os valores já estavam contemplados em outro acerto prévio com os representantes da legenda.

O ex-executivo da Odebrecht Rogério Araújo afirmou em sua delação que o então diretor da Sete Brasil Pedro Barusco - que também foi gerente da Petrobras - fez a ele o pedido de pagamento de propina e teria indicado que o PT seria o destinatário dos repasses, afirmando ainda que Lula estaria relacionado ao acerto. 

A defesa de Lula afirmou, no recurso ao Supremo, que a citação ao ex-presidente pelo delator é "despropositada" e que não há relação entre os fatos e a Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras, já que o suposto pedido de propina envolvia outra empresa, a Sete Brasil.