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Se nova denúncia contra Temer chegar à Câmara, darei prosseguimento, diz Fufuca

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Imagem: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

31/08/2017 12h40

O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Fufuca (PP-MA), afirmou nesta quinta-feira (31) que dará prosseguimento a uma eventual nova denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), se a peça chegar à Casa enquanto ele estiver como substituto de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo Fufuca, é preciso respeitar o regimento da Câmara.

“A gente respeita rigorosamente o regimento, então, não há segredo. Se a denúncia for feita enquanto eu estiver na interinidade, nós daremos prosseguimento no que diz o regimento da Casa”, declarou.

Fufuca fica no comando da Câmara até 6 de setembro, quando está previsto o retorno de Temer a Brasília, que viajou para a China na terça-feira (29).

Enquanto isso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está como presidente da República em exercício. Maia está sendo substituído por Fufuca porque o 1º vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), viajou com a comitiva para a Ásia.

No meio político, há uma expectativa de que a segunda denúncia contra o presidente seja apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) durante sua ausência.

Por se tratar de uma denúncia contra o presidente da República, a peça precisa ser autorizada pela Câmara dos Deputados antes de sua análise no STF (Supremo Tribunal Federal). De acordo com o regimento interno da Câmara, não há um prazo para que o processo seja despachado pelo presidente da Casa.

No entanto, na primeira denúncia, a tramitação foi rápida. Logo após a comunicação de Maia quanto ao recebimento da peça, Temer foi notificado e os deputados deram início aos trabalhos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ela acabou rejeitada pelos deputados em plenário.

Em vídeo gravado antes da viagem e divulgado nesta terça, Temer buscou transmitir que não está preocupado com a eventual nova denúncia e falou que “a melhor surpresa que essa viagem poderá nos reservar é a surpresa dos bons acordos, dos bons investimentos que traremos para o País. A surpresa das boas atitudes, da boa conduta”.

Na segunda-feira (28), questionado sobre uma eventual nova denúncia durante a ausência de Temer, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que, “por óbvio, é possível”, mas precisa ser “fundamentada”.

Ainda na segunda, após reunião ministerial convocada por Temer no Palácio do Planalto, Padilha e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defenderam que a economia não será afetada pela peça.