Lula defende "autofinanciamento" do PT e mira filiação de jovens
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (22) em São Paulo que o partido deve se financiar por meio apenas de seus filiados, sem recorrer a dinheiro de empresas ou fundos públicos vistos como "imorais" pela sociedade.
"A gente tem que voltar a educar o nosso povo que um partido como o nosso tem que se autofinanciar", disse. "Quem tem que financiar nossas armas somos nós mesmos."
Lula disse que mesmo pequenas doações podem evitar que o partido recorra a dinheiro de empresas e "ficar fazendo negociata atrás de um fundo que a sociedade compreenda que possa ser imoral". O ex-presidente, entretanto, defendeu a criação de um fundo partidário.
Segundo informações disponíveis no site do PT, as contribuições mensais de filiados são calculadas como uma proporção do salário dos filiados, com variações de acordo com a ocupação de cargos eletivos ou no partido. Nesta sexta, a "Folha de S. Paulo" noticiou que o fim das doações empresariais levou o PT a reduzir os gastos com a reunião de seu diretório nacional, que termina hoje na capital paulista.
As declarações de Lula foram dadas durante o anúncio da nova campanha de filiação do PT, que mira o público jovem e o uso de ferramentas digitais para aumentar o número de associados à legenda.
Para o ex-presidente, o PT "não pode ficar só no Lula". Ele afirmou que o partido deve mapear "personalidades" do mundo acadêmico, da juventude e de movimentos sociais para que elas sejam filiadas e, depois, atuem para angariar mais gente para a legenda. Lula também cobrou de deputados que atuem para filiar seus eleitores.
Antes da fala de Lula, a secretária de Organização do PT, Gleide Andrade, deu destaque à necessidade de atrair "jovens insatisfeitos" com a política. Um dos três vídeos que o partido usará na campanha de filiação é exclusivamente narrado por jovens. Em todos os filmes, Lula e programas sociais dos governos petistas, como o ProUni e o Luz Para Todos, são exaltados. Um dos slogans é "Quem já mudou o Brasil, vai mudar de novo".
Lula brinca com filiações após condenação
Lula chegou a brincar com o aumento do número de filiações ao partido após sua condenação em primeira instância em processo da Operação Lava Jato. Segundo relato de Carlos Árabe, secretário de comunicação do PT, o partido teve cerca de 1.000 filiações no dia em que Lula foi condenado, em julho, contra uma média diária de 50.
"Se eu for condenado, o PT vai ganhar muita filiação", disse o ex-presidente, que é réu em outros sete processos.
Lula criticou o fato de partidos estarem mudando de nome "com vergonha de dizer que são partidos políticos", sem citar nomes. Legendas como o DEM e o PMDB estariam estudando fazer isso, e outras menores já o fizeram (o PTN virou Podemos e o PTdoB, Avante).
"Daqui a pouco é 'maionese', 'vamo que vamo', 'nós podemos', 'nós queremos'", disse. "Nós nascemos PT e queremos terminar sendo PT."
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