Haddad diz que seria "deselegância" com Lula se colocar como opção do PT para 2018
O ex-prefeito Fernando Haddad se recusou a colocar-se como pré-candidato do PT à Presidência da República para a eleição de 2018 durante entrevista exibida nesta segunda-feira (25) pelo SBT. O ex-ministro afirmou que aceitar essa condição neste momento seria uma deselegância com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A entrevista com Haddad foi exibida no telejornal SBT Brasil e faz parte da série Cenários 2018, em que o jornalista Kennedy Alencar receberá diversos políticos para tratar sobre os rumos para o Brasil. O primeiro entrevistado foi o atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), na semana passada.
Durante a conversa, Haddad voltou a mostrar gratidão a Lula, de quem foi ministro (Educação), e evitou falar sobre os rumores de que, caso o ex-presidente não possa se candidatar no ano que vem, ele é uma das opções do partido.
“Nós não estamos trabalhando com essa hipótese. Primeiro porque seria uma grande deselegância com o presidente Lula, do qual eu fui ministro, e você sabe que eu me elegi prefeito em 2012 muito pela ação do Lula junto ao partido, em me lançar candidato a prefeito. Então seria uma enorme deselegância”, afirmou Haddad.
Apontado como única opção pelos principais petistas da elite do partido para a eleição presidencial, Lula pode ter sua candidatura barrada caso, até agosto do ano que vem, a segunda instância mantenha sua condenação no caso de corrupção que ficou conhecido como o do tríplex no Guarujá. O ex-presidente foi condenado a 9 anos e meio de prisão pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas decisões em primeira instância da Lava Jato, e sua defesa já entrou com recurso no TRF-4 pedindo a anulação da pena ou sua absolvição.
Para Haddad, permitir a Lula se candidatar seria um “ganho extraordinário” para a democracia brasileira.
“Nós estamos trabalhando com o que nos parece mais justo, que é uma revisão da sentença, e que ele possa, depois de tantos anos de investigação, se apresentar legitimamente e ser derrotado ou ser eleito, não importa. Eu penso que para a democracia brasileira seria um ganho extraordinário, porque todas essas cicatrizes que foram abertas vão se fechando pelo processo democrático com a participação da população”, apontou o ex-prefeito.
Fernando Haddad afirmou ainda que seu partido precisa assumir erros cometidos no passado. “Eu acredito na depuração do processo político que envolve necessariamente fazer balanços e reconhecer que não fez a reforma política. Tinha força para fazer e não fez. Porque uma coisa é você dizer ‘pô, eu me aliei ao PMDB e o PMDB fez essa lambança toda’. Outra coisa é o seguinte: ‘olha, eu podia ter feito uma reforma política que me tornasse mais independente dessas forças retrógradas da sociedade’”, disse ele.
Na entrevista, o ex-prefeito ainda falou sobre os problemas recentes de acordos de colaboração premiada firmados pelo Ministério Público, disse que seu principal erro à frente da Prefeitura foi a comunicação de suas medidas e apontou a queda do PT e a concorrência de Marta Suplicy, que se candidatou a prefeita pelo PMDB, como principais motivos para sua derrota para João Doria na eleição de 2016.
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