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Durante votação de denúncia, Maia dá bronca em deputado e cita Enéas

"Contra Temer, Aécio e Lula", deputado leva algemas para plenário

UOL Notícias

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

25/10/2017 20h15Atualizada em 26/10/2017 08h55

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu uma bronca no deputado José Aírton Cirilo (PT-CE) durante a votação do relatório sobre a denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer (PMDB). Na bronca, durante a noite desta quarta-feira (25), Maia lembrou até do ex-deputado federal e candidato à Presidência da República Enéas Carneiro, criador do Prona.

A bronca foi dada logo após o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) anunciar seu voto contrário ao relatório que pede a suspensão da denúncia contra Temer.

Antes de Maia chamar o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para votar, o deputado José Aírton reclamou que Maia estaria suprimindo dois segundos do tempo dedicado aos parlamentares para anunciarem seus votos.

“Deputado, vossa excelência está errado. [São] quinze segundos. Aparece ali pra cada deputado. Por favor, ninguém consegue falar dois segundos o que o deputado Zeca Dirceu falou. Só se fosse o Enéas”, disse Maia.

José Aírton continuou a reclamação. “Está sendo engolido (sic) dois segundos, deputado. Pelo amor de Deus”, disse o parlamentar.

A menção a Enéas Carneiro se deveu ao fato de que o ex-deputado ficou conhecido por sua capacidade de falar rapidamente durante suas aparições nos programas eleitorais gratuitos. Enéas morreu de leucemia em 2007. À época, ele era deputado federal pelo PR de São Paulo.

Enéas, que era médico, ficou conhecido nos anos 80 após se candidatar à Presidência da República. Disputando as eleições em 1989, ele criou o bordão pelo qual ficou famoso: “Meu nome é Enéas”. Contando com pouco tempo de rádio e TV, ele proferia seus discursos rapidamente.

Naquele pleito, ele ficou em 12º lugar. Em 1994, ele voltou a disputar as eleições presidenciais e ficou em 3º lugar, atrás apenas do vencedor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).