Pezão diz se dar "super bem" com ministro da Justiça e que opinião foi "pessoal, não de governo"
Luciana Amaral
Do UOL, em Brasília
07/11/2017 16h46
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse nesta terça-feira (7) se dar “super bem” com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e que a fala deste ao blogueiro do UOL Josias de Souza de que o comando da Polícia Militar no Estado decorre de "acerto de deputado estadual e o crime organizado" foi uma opinião pessoal, não de governo.
"Nunca tive problema nenhum com o ministro Torquato. Nos damos super bem. Ele emitiu uma posição pessoal dele, não foi uma posição de governo. O presidente Michel Temer tem tratado com muito carinho o Rio de Janeiro. Quando nós fomos pedir a GLO [decreto de Garantia da Lei e da Ordem], eu pedi até o fim de 2017. Ele mesmo pegou e fez questão de redigir e colocar até o fim de 2018 o uso das Forças Armadas para o Rio”, declarou Pezão.
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Pezão entrou na última quarta-feira (1º) com uma "interpelação judicial" contra Torquato Jardim. Segundo o governador do Rio, o objetivo do procedimento é para que o ministro "informe o que ele tem contra a cúpula [da polícia] e os policiais". "[A interpelação] É para que o Estado possa tomar providências contra esses desvios como já estamos realizando em diversos casos", explicou o governador.
O governador do Rio está em Brasília nesta terça, onde se reuniu em almoço com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), junto a mais oito governadores. Mais tarde, Pezão se encontrou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os governadores do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e do Piauí, Wellington Dias (PT).
Além de segurança pública, eles trataram sobre projetos de pagamentos de precatórios e securitização da dívida.
Em meio à crise de segurança pública que afeta todo o país, a Câmara dos Deputados pretende votar uma série de projetos sobre o tema que endurecem o cumprimento de pena e a punição a criminosos condenados. A movimentação ocorre a menos de um ano das eleições, quando temas de segurança pública ganham visibilidade nas campanhas.
Três das propostas defendidas pelos deputados estão previstas para serem votadas em plenário nesta terça-feira (7) e passaram a tramitar com urgência, com o apoio de deputados ligados ao tema da segurança pública, a chamada "bancada da bala".
Para Pezão, as iniciativas são “importantíssimas” para o Rio de Janeiro. Ele ressaltou que elas já foram apresentadas pelos secretários de Segurança dos Estados.
“Tudo o que vier para melhorar a segurança pública é importantíssimo. A gente tem que saudar, pelas poucas vezes que eu vi, um Congresso tão envolvido”, falou, ao acrescentar que o tema é problema ainda dos governos federal e municipais.
Comissão de Segurança quer ouvir Torquato
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara aprovou na tarde de hoje um convite para que Torquato Jardim explique suas recentes declarações sobre a associação entre o crime organizado e o poder público do Estado do Rio de Janeiro.
Questionado se Torquato deveria ser ouvido na comissão, Pezão disse que “sempre é bom ouvir o ministro” e “sempre tem muito a acrescentar".