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PGR denuncia deputada do PSDB por compra de votos em campanha

A deputada federal Shéridan (PSDB-RR) - Kleyton Amorim - 25.ago.2017/UOL
A deputada federal Shéridan (PSDB-RR) Imagem: Kleyton Amorim - 25.ago.2017/UOL

Do UOL, em São Paulo

07/11/2017 19h14Atualizada em 07/11/2017 20h45

A deputada federal Shéridan (PSDB-RR) foi denunciada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta terça-feira (7) por compra de votos durante a campanha eleitoral de 2010. Se a acusação for aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal), ela vira ré no processo.

Segundo comunicado da PGR, Shéridan é acusada de compra de votos em favor de seu ex-marido José Anchieta Júnior (PSDB) nas eleições de 2010, quando ele disputou e venceu a reeleição para o governo de Roraima. 

Na época, Shéridan era primeira-dama do Estado e secretária de Promoção Humana e Desenvolvimento. Ela teria oferecido vantagens a moradores do bairro de Pintolândia, em Boa Vista, para obter votos em favor do governador.

De acordo com a PGR, a denúncia foi feita com base em áudios gravados pelos eleitores e depoimentos. Segundo relatos de eleitores, a hoje parlamentar teria oferecido inscrições em programa social do governo, pagamento de multas de trânsito, entre outras vantagens, para que votassem em Anchieta Júnior. 

“A denunciada era capaz à época dos fatos, possuía consciência da ilicitude e dela se exigia conduta diversa, encontrando-se caracterizada a autoria e materialidade delitivas”, diz a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 

Como parlamentares têm direito ao chamado foro privilegiado, a acusação contra Shéridan será analisada diretamente pelo STF, o que não tem data para acontecer.

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, a deputada diz refutar as acusações e lamentar "que o assunto, já abordado anteriormente, seja mais uma vez requentado." A parlamentar afirma ter certeza de que "a verdade prevalecerá no final, quando será provada sua inocência, pois tem total confiança no trabalho da Justiça brasileira."

Mais votada em Roraima

Em agosto, Shéridan, o ex-governador Anchieta e o comandante da Polícia Militar de Roraima, Edison Prola, tiveram R$ 40 mil bloqueados pela Justiça de Roraima sob acusação de terem usado, em 2010, um avião do governo para trazer o funkeiro MC Sapão ao Estado. Ele teria sido contratado para se apresentar na festa de aniversário da hoje deputada federal, e Prola teria autorizado a viagem como então secretário estadual da Casa Civil. Shéridan, Anchieta e Prola respondem a processo de improbidade administrativa.

A deputada federal ganhou o cargo pela primeira vez nas eleições de 2014. Ela foi a candidata mais votada de Roraima, tendo recebido 35 mil votos, o que representou quase 15% dos votos válidos para deputado federal no Estado.

Em agosto, Shéridan relatou a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 282/2016 na Câmara, que previa originalmente o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais (deputados e vereadores) já em 2018 e a instituição de uma cláusula de desempenho mínimo para que partidos tenham acesso ao fundo partidário.

A medida acabou sofrendo alterações e foi parcialmente aprovada. O fim das coligações em eleições proporcionais ficou para 2020. Já a cláusula de desempenho entra em vigor no ano que vem, começando com 1,5% dos votos válidos em todo o país e nove deputados federais eleitos.

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