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Segóvia toma posse e diz querer ampliar combate à "corrupção sistêmica"

Segóvia (de gravata listrada) tomou posse como novo diretor da PF - Divulgação/MJ
Segóvia (de gravata listrada) tomou posse como novo diretor da PF Imagem: Divulgação/MJ

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

10/11/2017 18h42Atualizada em 10/11/2017 20h21

Ao tomar posse nesta sexta-feira (10) em solenidade fora da agenda oficial do ministro da Justiça, Torquato Jardim, o novo diretor geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, afirmou querer ampliar operações da corporação e disse haver “corrupção sistêmica” no Brasil.

Segóvia foi anunciado como o substituto de Leandro Daiello nesta quarta (8) pelo Ministério da Justiça. Daiello estava à frente da PF desde 2011 e sua saída estava sendo negociada desde o início do governo Temer.

Em fala na solenidade, o novo diretor ressaltou a necessidade de ações para combater a corrupção, embora a veja como “sistêmica”. Segóvia falou que irá melhorar a operação Lava Jato – principal operação da PF atualmente – e também criar novas frentes de trabalho.

“A Lava Jato na realidade é uma das operações de combate à corrupção no país. O que a PF pretende é aumentar, ampliar o combate à corrupção. Então não será só uma ampliação, uma melhoria na Lava Jato, será em todas as operações que a PF já vem empreendendo. Bem como ampliar, criar novas operações”, afirmou.

“Pode ter uma única certeza: a corrupção nesse país é sistêmica, mas existe a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e vários outros órgãos que a combatem e nós pretendemos continuar cada vez mais fortes nesse combate”, acrescentou.

Em relação a mudanças que ocorrerão na alta cúpula da Polícia Federal, Segóvia disse ter se encontrado com os demais diretores e superintendentes regionais e disse que estão “começando a trabalhar o processo de transição natural”.

“Com certeza sempre tem gente que está cansado e quer sair, e tem gente que está novo e quer entrar, isso é natural”, afirmou.

Segóvia foi uma indicação do PMDB, com o apoio do ex-presidente José Sarney e do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O preferido de Torquato Jardim era Rogério Galloro, que assumirá como novo diretor-executivo da PF.

Questionado sobre influências políticas na corporação, Segóvia disse ter de trabalhar de forma política com diversos órgãos e instituições, mas isso não significa não combater crimes.

“As instituições não cometem crimes, as pessoas cometem crimes. Nas empresas, os funcionários cometem crimes, as empresas não cometem crimes. Então o que nós precisamos é melhorar talvez as investigações, é melhorar o foco das investigações e aí combater melhor esse tipo de crime, combatendo, na realidade, a essência da corrupção. Nisso a gente vai trabalhar em parceria com o Ministério Público Federal e com outras organizações para tentar melhorar esse combate”, falou.

Relembre diálogos da cúpula do PMDB sobre a Lava Jato

UOL Notícias

Agenda com Temer

Após tomar posse, Segóvia seguiu para a PGR (Procuradoria-Geral da República), onde se reuniu com Raquel Dodge até a noite desta sexta.

Nesta sexta-feira, a "Folha de S.Paulo" revelou que Segóvia encontrou-se com o presidente Michel Temer (PMDB) em uma agenda secreta. Segundo o jornal, Temer recebeu no último sábado (4) Segóvia para comunicá-lo de sua indicação para o cargo. O encontro, no Palácio do Jaburu, aconteceu no mesmo dia e hora em que o ex-presidente José Sarney (PMDB), um dos principais fiadores de Segóvia, se reuniu com Temer para tratar do assunto.

Outra cerimônia, desta vez de transmissão de cargo, está marcada para o dia 20 deste mês.

Aécio e Joesley criticaram ações da PF

Band News