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Tiramos o Brasil do vermelho, diz Baldy ao tomar posse como ministro das Cidades

Temer revela que Baldy foi jogador de futebol do Goiás

UOL Notícias

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

22/11/2017 18h15Atualizada em 22/11/2017 19h33

O deputado federal Alexandre Baldy (sem partido-GO) tomou posse como ministro das Cidades na tarde desta quarta-feira (22) em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele substitui Bruno Araújo (PSDB-PE), que pediu demissão ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), no último dia 13 alegando não ter mais apoio do partido tucano para continuar na pasta. Em discurso, ele defendeu o governo Temer que, segundo ele, "tirou o Brasil do vermelho". "A crise tem ficado para trás, o pior já está passando", declarou.

"Não só os números da economia comprovam esta afirmação, mas o dia a dia próprio de cada brasileiro, que, com a retomada dos empregos, com os preços caindo, as famílias já estão vivendo uma vida melhor. Nós verdadeiramente retiramos o Brasil do vermelho", disse o novo ministro

A nomeação de Baldy para o cargo foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta. Araújo já retornou ao mandato de deputado federal.

No início da fala, Baldy agradeceu extensamente a Maia, ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), e a aliados que o apoiaram para o ministério. Na linha dos discursos de Temer, ele defendeu o diálogo como meio para promover o desenvolvimento e disse querer “cidades humanizadas”.

“[Quero um] modelo de cidade que nosso povo tanto merece e precisa. Se depender de mim, e se depender de Temer, Maia, ministros, estaremos entre os países que mais construíram soluções de moradias populares”, declarou, ao acrescentar que tem sede de mudança por ser “jovem”.

Baldy foi uma indicação direta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem Temer busca agradar novamente em busca da aprovação da reforma da Previdência na Casa. A matéria está pronta para ser votada em plenário desde maio, mas se encontra paralisada por falta de apoio e consenso dentro da própria base aliada. Enquanto Maia afirma que a reforma ainda está “longe” de ser aprovada, Temer tem intensificado conversas com parlamentares e governadores.

Em uma sinalização ao centrão, o presidente Michel Temer elogiou a claque – simpatizantes que aplaudiam efusivamente o ministro – de Baldy na solenidade, disse que o fato representa “unidade absoluta” e que era a posse “mais prestigiada de todos os tempos".

Temer afirmou ter apenas palavras de incentivo e confiança a Baldy e que este provou ter vivência de “empreendedor de sucesso”. Em um momento, lembrou de quando o novo ministro se arriscou como jogador de futebol profissional. Ao comentar a passagem de Baldy pela Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, o presidente falou que o termo liderança lhe caía “como uma luva”.

 

Temer também aproveitou a oportunidade para elogiar Maia, de quem precisa do apoio para tentar aprovar a reforma da Previdência na Câmara ainda este ano e a pauta de ajuste fiscal defendida pelo Planalto. Nas últimas semanas, Maia criticou Temer publicamente por ter enviado modificações à reforma trabalhista por medida provisória, e não como projeto de lei, como queria.

“A primeira pessoa a me lembrar do seu nome [Baldy] foi Rodrigo Maia. Por isso quero dirigir a palavra ao Rodrigo porque ele tem sido um parceiro fundamental para o sucesso do governo. Ele e o Eunício [Oliveira, presidente do Congresso] no Senado. Esse entrosamento do Congresso com o [Poder] Executivo é que está permitindo as palavras de êxito e atos de êxito ao longo desse período”, declarou.

Rodrigo Maia também discursou e agradeceu a Temer a confiança depositada nos partidos do centrão e elogiou a atuação de Baldy como parlamentar.

Alexandre Baldy nasceu em Goiânia e estava em seu primeiro mandato como deputado federal. Ele se elegeu pelo PSDB e, até o ano passado, ainda era filiado ao partido, mas depois migrou para o PTN, que virou o Podemos. Agora, o próximo destino deve ser o PP.

Embora o nome de Baldy tivesse sido divulgado informalmente como o novo ministro das Cidades por assessores do Planalto desde domingo (19), a confirmação oficial só aconteceu nesta terça (21) à noite. Além da bênção direta de Maia, ele conta com o apoio de partidos do chamado centrão, em especial do PP. Para que pudesse assumir a pasta, parte do acordo costurado previu a saída de Baldy do Podemos – já ocorrida – e a futura filiação dele aos progressistas.