Ainda "pequeno", PSOL ganha 25 mil filiados em um ano e quer dobrar bancada na Câmara
Com um aumento de 20% nos seus quadros em 2017, o PSOL chegou ao fim do ano com quase 25 mil filiados a mais do que começou. A alta no número de integrantes foi a maior dentre as 35 legendas registradas no país, segundo dados do sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Mas no ranking de membros filiados, a legenda, criada em 2005 a partir de uma dissidência do PT, ainda ocupa a 25º posição –é a 11ª menor. Até o fim de novembro, contava com 147.220 pessoas --menos de 10% dos atuais 1.585.958 petistas.
“Nós somos um partido pequeno, ainda”, reconhece o presidente nacional da sigla, Luiz Araújo. Para as eleições de 2018, a principal meta do PSOL é dobrar a bancada federal na Câmara, que hoje tem seis dos 513 deputados. Outro objetivo é lançar candidatos ao governo de todos os Estados do país.
A legenda aguarda ainda a definição de Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), convidado para se filiar ao PSOL e ser lançado na disputa pela Presidência da República.
Araújo diz que a sigla tem até o início de março do ano que vem para bater o martelo sobre o candidato, mas que prefere que a decisão seja tomada o quanto antes.
As razões para o saldo positivo passam, para ele, pelos “acertos do partido no campo da esquerda, progressista”. “Principalmente no eleitorado jovem, que enxerga no PSOL um partido coerente”, declarou, destacando que o que chamou de “perda de densidade orgânica do PT” abriu espaço para o crescimento de outras siglas da esquerda.
“Em termos orgânicos, o PT se saiu muito mal nas eleições do ano passado”, analisou Araújo, que é professor da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília). Para ele, o Partido dos Trabalhadores sofreu perda dos movimentos de rua, mas em termos eleitorais ainda tem um “mito”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A importância do aumento do PSOL, segundo o dirigente partidário, vai além dos números. “Nós somos um partido de esquerda em que as decisões são coletivas. Ser filiado significar ter o direito de decidir”, declarou, lembrando que todos os integrantes regularizados da legenda puderam participar do processo do congresso nacional da legenda encerrado no início do mês, em plenárias municipais.
Desta forma, a intenção é que o filiado se transforme em um “militante e ativista das propostas do partido”. “Por isso estamos sempre em campanha para ampliar os quadros partidários”, conta Araújo.
Para alcançar a meta de dobrar a bancada nas eleições do ano que vem, o PSOL já traçou algumas estratégias. No Rio de Janeiro, por exemplo, o deputado estadual Marcelo Freixo, que foi o mais votado em 2014 e disputou o segundo turno para a prefeitura carioca em 2016, concorrerá pela primeira vez à Câmara dos Deputados.
Em 2018, ainda valerá a regra dos "puxadores de voto", segundo a qual um candidato que tenha muitos votos pode eleger outros parlamentares menos votados. No entanto, essa norma será derrubada a partir de 2020, como foi decidido pela reforma política aprovada esse ano. O atual deputado Chico Alencar será candidato ao Senado pelo Rio.
Além do PSOL, outros 17 partidos tiveram saldo na comparação entre novembro e o mesmo mês do ano passado:
- PRTB: 447 filiados a mais
- Podemos (ex-PTN): 656 a mais
- PSC: 826 a mais
- PSL: 1.382 a mais
- PP: 1.930 a mais
- PROS: 2.042 a mais
- PMB: 2.153 a mais
- PEN: 2.738 a mais
- PCdoB: 2.807 a mais
- Rede: 3.015 a mais
- PDT: 4.592 a mais
- Novo: 5.021 a mais
- PRB: 5.656 a mais
- PSB: 6.213 a mais
- PSD: 6.266 a mais
- PSDB: 9.994 a mais
- Solidariedade: 19.167 a mais
No mesmo período, 17 legendas tiveram saldo negativo nesse período. O PMDB foi o que mais perdeu filiados (4.922), redução de 0,2% nos seus quadros.
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