Ex-secretário de Paes usou mãe e filhos para lavar ao menos R$ 6 mi de propina, diz Lava Jato
O ex-secretário municipal de Obras do Rio de Janeiro Alexandre Pinto, preso nesta terça-feira (23) na Operação Mãos à Obra, nova etapa da Lava Jato, usou os nomes da mãe e dos filhos para lavar ao menos R$ 6 milhões de propina, com transações efetuadas no Brasil e no exterior.
O pagamento de vantagens ilícitas, segundo o MPF (Ministério Público Federal) e a Polícia Federal, ocorreu a partir de contratos da prefeitura com empreiteiras, fornecedores e prestadores de serviço. Entre as obras investigadas, estão a construção dos corredores de BRT para os Jogos Olímpicos de 2016, o programa Asfalto Liso, a recuperação da linha Vermelha, entre outras.
Dos seis mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal, cinco já foram cumpridos. Além de Pinto, também foram detidos Juan Luís Bertran Bittlonch (identificado como doleiro e operador do esquema de lavagem) e Vagner de Castro Pereira (ex-subsecretário municipal de Obras e presidente da Comissão de Licitações da pasta), além dos empresários Rui Alves Margarido e Eder Parreira Vilela.
O valor de R$ 6 milhões de propina foi apurado a partir da delação premiada de um homem identificado como operador financeiro do ex-secretário. Pinto esteve à frente da pasta de Obras durante toda a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) --entre 2009 e 2016. Ele já havia sido detido na Operação Rio 40º, também no âmbito da Lava Jato.
Os procuradores também afirmam que, na gestão Paes, houve propina de R$ 250 mil em favor do ex-secretário de Conservação e Serviços Públicos Marcus Belchior. O dinheiro teria sido pago pela empresa do colaborador, a pedido de Belchior, em cima da prestação de serviço para construção do corredor do BRT Transoeste. O MPF destacou, por outro lado, que não havia indícios concretos suficientes para pedir a prisão do ex-titular da pasta. Ele foi chamado a depor na sede da PF, no centro do Rio, na tarde de hoje.
Questionado sobre suposto envolvimento do ex-prefeito em atos de corrupção, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Eduardo El Hage, disse que as informações estão em sigilo. “As investigações continuam e não vamos falar de passos futuros da investigação.”
El Hage definiu o relato do delator da Operação Mãos à Obra, cuja identidade não foi revelada, como “bem impactante”. Segundo ele, o colaborador afirmou que houve pagamento de propina em praticamente todas as obras da prefeitura realizadas na última gestão.
A reportagem do UOL ainda não conseguiu contato com a defesa dos acusados. A assessoria de Eduardo Paes também foi procurada, mas o ex-prefeito ainda não se manifestou sobre as acusações da Lava Jato.
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