Governo anuncia criação do Ministério da Segurança Pública e confirma Jungmann como titular
O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, anunciou nesta segunda-feira (26) a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública em declaração oficial no Palácio do Planalto. O atual titular da Defesa, Raul Jungmann, será o novo ministro da pasta.
A Defesa, por sua vez, ficará sob o comando interino do secretário-geral, general Joaquim Silva e Luna. Com isso, o Ministério da Defesa passa a ter, pela primeira vez desde sua criação, em 1999, um militar no comando da pasta.
O Ministério da Segurança Pública será instituído por meio de Medida Provisória a ser editada ainda nesta segunda. Assim, terá validade imediata a partir da publicação no "Diário Oficial da União", mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 60 dias, prorrogáveis pelo mesmo período. O governo criará o ministério com característica temporária. "A pasta da Segurança Pública coordenará e promoverá a integração dos serviços de segurança pública em todo o território nacional em parceria com os entes federativos", informou Alexandre Parola.
A posse de Jungmann e do general Silva e Luna está prevista para as 11h desta terça (27).
O vice-líder do governo, deputado federal Darcísio Perondi (MDB-RS), afirmou neste domingo que o ministério terá uma estrutura "enxuta". Em princípio, serão criados 11 cargos – o de ministro, secretário-executivo e de nove assessores – e o restante da pasta será composta pela incorporação de órgãos antes vinculados ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública e o Departamento Penitenciário Nacional.
De acordo com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, também será editado um decreto para "concluir a criação dos cargos" do novo ministério nos próximos dias. Torquato informou que a escolha do nome para o titular da pasta foi guiada pelo interesse por alguém de "repercussão nacional" e que consiga manter bom diálogo com parlamentares e governadores.
Você acha que a criação do Ministério da Segurança Pública reduzirá índices de violência no país?
Resultado parcial
Total de 5083 votosValide seu voto
Embora pleiteada há meses pela chamada bancada da bala no Congresso, a iniciativa vem na esteira da intervenção federal na área de segurança pública do Rio de Janeiro, anunciada desde 16 de fevereiro.
Jungmann tem 65 anos e está no seu terceiro mandato como deputado federal – esteve no cargo de 2003 a 2011 e voltou como suplente em 2015.
No governo Fernando Henrique, foi ministro do Desenvolvimento Agrário, presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do Conselho de Administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Também foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento em 1993 e 1994, no governo de Itamar Franco.
Congresso se volta para análise de propostas para segurança
Com a mudança de foco do Legislativo, antes centrada no debate sobre a reforma da Previdência, ganhará força no Congresso nas próximas semanas uma agenda de projetos voltados para a segurança pública. Nesta terça (27), a Câmara define cronograma de votação dessas propostas.
Entre os projetos considerados prioritários estão a regulamentação do sistema integrado de segurança pública, o anteprojeto que endurece o combate ao tráfico de drogas e as mudanças na Lei de Execução Penal. Segundo Rodrigo Maia, presidente da Câmara, esses temas devem começar a ser discutidos nesta semana.
O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), defende ações integradas. “A questão central é a unificação das polícias nos Estados, pacto nacional, fórum permanente para gestão desse pacto, definição de um fundo nacional para financiar [a segurança pública] e a integração das ações. Eu prefiro o caminho democrático duro, seguro, com prevenção e com ações ostensivas.”
O deputado Capitão Augusto (PR-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, defende o endurecimento das penas. “A única solução a curto prazo é o endurecimento da legislação penal: mudar o Código Penal, o Código de Processo Penal e a Lei de Execuções Penais. O marginal é tudo, menos bobo. Então, ele coloca na balança para ver se compensa ou não compensa cometer o crime”, afirmou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.