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Defesa de Lula diz que acusação sobre terreno para instituto é "farsesca"

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

04/10/2018 18h27

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em nota, que as alegações finais do MPF (Ministério Público Federal) no caso do terreno para o Instituto Lula não têm provas e são "farsescas".

A força-tarefa do MPF na Operação Lava Jato pediu nesta quinta-feira (4) a condenação do ex-presidente no processo que envolve um terreno para o Instituto Lula e o aluguel de um apartamento vizinho ao em que ele vivia em São Bernardo do Campo (SP). Ele é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A Lava Jato também quer que Lula pague R$ 75,4 milhões referentes a danos envolvendo o esquema de corrupção em contratos da Odebrecht com a Petrobras. 

Segundo o MPF, houve “pagamento e recebimento de valores bilionários, em um sistema bastante sofisticado, abarcando diversos núcleos, grandes empreiteiras, funcionários públicos, operadores, contas secretas no exterior”. Os procuradores dizem que o esquema era não apenas para o enriquecimento ilícito, mas “também à compra de apoio parlamentar e ao financiamento de caras campanhas eleitorais”.

O pedido do MPF foi feito a três dias do primeiro turno das eleições de 2018, que acontece no próximo domingo (7). O processo já está em fase de alegações finais, quando as defesas e a acusação apresentam seus últimos argumentos no caso. Depois desta etapa, o juiz Sergio Moro pode dar sua sentença a qualquer momento. 

Em resposta, a defesa de Lula diz ver "perseguição política". "As alegações finais apresentadas (...) reforçam a perseguição política imposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao buscar sua condenação sem que ele tenha praticado qualquer crime ou recebido qualquer benefício em troca de atos praticados na condição de Chefe de Estado e Chefe de Governo", diz a nota, que afirma ainda que os procuradores não apresentaram provas.

"Escreveram 408 folhas com um discurso contra Lula, sem conseguir comprovar os fatos afirmados na denúncia, porque jamais ocorreram. Segundo a farsesca hipótese acusatória, Lula teria nomeado diretores da Petrobras em 2003 e 2004 para beneficiar empreiteiras e desviar recursos de contratos firmados pela petrolífera e teria recebido, em contrapartida, em 2011, a propriedade dissimulada de dois imóveis", declara a defesa.

Agora que a Procuradoria se manifestou, a Petrobras, como assistente de acusação, tem até o próximo dia 8 para apresentar suas considerações. As defesas se manifestam em seguida, com 13 dias de prazo. A decisão deve ser conhecida apenas após o segundo turno, que será no dia 28 de outubro. A ação penal corre desde dezembro de 2016.