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Deputado do PSL pede investigação de Boulos por frase sobre ocupar casa de Bolsonaro

Diego Padgurschi /Folhapress
Imagem: Diego Padgurschi /Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

31/10/2018 14h37Atualizada em 31/10/2018 22h34

O deputado federal Delegado Francischini (PSL-PR) afirmou nesta quarta-feira (31) ter apresentado um pedido de investigação à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e candidato derrotado a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, por uma suposta ameaça de invasão à casa do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Boulos classificou a ação de Francischini como "oportunismo político" (leia mais abaixo).

A representação faz referência à participação de Boulos numa manifestação em oposição a Bolsonaro ainda durante a campanha e o acusa de incitar o cometimento de crime.

No evento, a multidão entoou em coro "Ô, Bolsonaro, presta atenção, a sua casa vai virar ocupação". Em resposta ao coro dos manifestantes, Boulos afirmou: "O MTST ocupa terreno improdutivo, a casa do Bolsonaro não me parece uma coisa muito produtiva".

Francischini apresentou um vídeo com as falas de Boulos para justificar a representação.

"O cara que invade casa de pessoas de bem, de famílias, é um terrorista, é bandido. [A procuradora-geral da República] Raquel Dodge precisa pedir a prisão de Boulos", disse Francischini, que este ano se elegeu deputado estadual no Paraná.

Procurado pela reportagem do UOL, Boulos negou que sua fala fosse uma referência à ocupação de fato da casa de Bolsonaro, já que o MTST não tem por política ocupar residências.

"Já tive oportunidade de esclarecer mais de uma vez que isso não procede, não é verdade, e quem mantém dizendo isso, explorando isso, ou está mal informado ou está fazendo por oportunismo político. No caso do Francischini, me parece essa segunda opção", disse.

"O MTST jamais ocupou a casa de quem quer que seja e não ameaçamos ocupar a casa do Bolsonaro, isso é uma situação totalmente descontextualizada", afirmou Boulos.

A frase foi dita por Boulos em ato público no dia 10 de outubro. Então candidato, Bolsonaro criticou a fala e disse que Boulos o ameaçou.

Na época, Boulos respondeu à crítica de Bolsonaro e afirmou que sua declaração foi uma ironia e não uma promessa de invasão. “Quem viu o vídeo e junta lé com cré percebe que foi uma ironia”, disse Boulos.