Por razões médicas, Geddel é transferido de cela na Penitenciária da Papuda
A juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Leila Cury, concedeu autorização para que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), preso na Penitenciária da Papuda, seja transferido para uma cela onde terá a companhia de outro detento. A decisão se baseia em relatório médico entregue pela administração penitenciária.
"Considerando o teor do relatório médico apresentado, acolho a sugestão da administração penitenciária e autorizo a alocação de Geddel Vieira Lima, no mesmo bloco e ala, na companhia de outro custodiado cujas condições pessoais e processuais sejam semelhantes às suas", afirmou a magistrada em sua decisão.
A juíza determinou ainda que a direção da penitenciária tome as providências necessárias para atender as necessidades médicas de Geddel. O ex-ministro recebe medicação antidepressiva na prisão e ocupava uma cela individual.
Ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula (PT) e ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer (MDB), Geddel foi preso preventivamente em setembro do ano passado no curso das investigações que encontraram o equivalente a R$ 51 milhões num apartamento em Salvador.
Na última última quarta-feira (31), Geddel e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), compareceram ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde participaram de uma audiência referente a esse caso. Por recomendação da defesa, os irmãos permaneceram em silêncio durante a audiência, que durou 11 minutos. Ao todo, foram feitas 18 perguntas aos dois.
Em maio, o STF transformou o ex-ministro em réu sob a acusação dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. O irmão de Geddel também se tornou réu no processo.
O advogado Gamil Föppel, defensor do ex-ministro, afirmou que o dinheiro no apartamento não é de Geddel e que a denúncia seria "insustentável", pois não descreveu os crimes aos quais estaria ligada a suposta lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em julho, foi divulgado que Geddel se recusava a receber parte das quatro refeições diárias fornecidas aos presos e que também não saía para o banho de sol diário a que tem direito. À época, o ex-ministro chegou a ser transferido, por dez dias, para uma cela isolada por ter supostamente xingado um agente penitenciário após a realização de uma vistoria em sua cela.
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