TRE suspende análise de contas de candidata do PSL que denunciou ministro
O TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) acatou pedido da Procuradoria Regional Eleitoral do estado e suspendeu nesta terça-feira (19) o processo de análise das contas de campanha apresentadas pela candidata a deputada estadual Cleuzenir Souza Barbosa Pereira (PSL). Ela teve 2.097 votos e não foi eleita.
Cleuzenir é a segunda candidata do PSL mineiro a ter o processo de análise das contas suspenso, depois de Débora Gomes da Silveira. O MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) investiga se elas e outras três candidatas fizeram parte de um suposto esquema de candidaturas laranjas na eleição de 2018.
Segundo denúncia, o esquema, revelado em reportagens da Folha de S. Paulo, teria como objetivo repassar recursos do Fundo Partidário enviados às candidatas mulheres para empresas que pertenceriam a assessores do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, presidente do PSL em Minas Gerais.
Suspender a análise das contas agora evita que um novo processo de conferência da prestação seja necessário após uma definição sobre as ações do MP.
Ainda segundo o TRE-MG, o processo de prestação de contas do diretório regional do PSL em Minas Gerais, nas eleições de 2018, está em andamento. As contas de Marcelo Alvaro Antônio foram aprovadas com ressalvas, e ele recebeu multa de R$ 34,2 mil. O ministro recorreu da decisão.
A reportagem do UOL entrou em contato com a assessoria do ministro do Turismo, que não se manifestou até o momento.
Candidata diz que ministro sabia de esquema
Em entrevista publicada hoje pela Folha, Cleuzenir afirmou que o atual ministro sabia da utilização de candidaturas femininas para lavagem de dinheiro durante a eleição. Ela está morando em Portugal, para onde diz ter se mudado por se sentir ameaçada a partir das denúncias que fez.
Em dezembro de 2018, Cleuzenir Pereira denunciou à Procuradoria Regional Eleitoral ter sido pressionada por pessoas ligadas ao então candidato à reeleição a desviar recursos que recebeu da legenda via fundo eleitoral para despesas que não foram feitas em sua campanha.
Ao MP, ela relatou que representantes do partido prometeram um total de R$ 110 mil para sua campanha.
A candidata afirmou que as mulheres da legenda teriam a função de "lavar o dinheiro". De acordo com Cleuzenir, Roberto Soares e Haissander de Paula, ambos assessores de Álvaro Antônio, fizeram pressão para que ela devolvesse R$ 50 mil dos R$ 60 mil recebidos do fundo eleitoral.
Sobre as acusações de Cleuzenir, Marcelo Álvaro Antônio afirmou à Folha que tomou conhecimento da denúncia por lideranças partidárias e que determinou sua apuração. Ele também disse que Cleuzenir não tem credibilidade por ter sido "aposentada por sentença judicial que reconheceu distúrbios psiquiátricos incapacitantes total e permanentes".
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