Paulo Preto é condenado em ação que, segundo MPF, Aloysio tentou atrasar

A condenação dada hoje contra Paulo Vieira de Souza, suposto operador de dinheiro ilegal para o PSDB e conhecido como Paulo Preto, ocorreu justamente no processo que, segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) tentou atrasar por meio de suposto contato com o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com os procuradores da Lava Jato, Aloysio intercedeu para que Gilmar Mendes fosse favorável a um recurso de Paulo Preto pedindo a reabertura da produção de provas da ação em que foi condenado há pouco.
Na prática, isso serviria para estender o processo e, possivelmente, levá-lo à prescrição -- também ex-diretor da estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) no governo de José Serra (PSDB), Paulo Preto completa 70 anos amanhã, idade em que os prazos de prescrição de crimes caem pela metade.
Gilmar chegou a acatar parcialmente a tese da defesa de Paulo Preto em liminar no dia 13 de fevereiro, mas reconsiderou sua decisão na sexta-feira (1º). O ministro acolheu relatório da juíza federal Maria Isabel do Prado, responsável pelo processo em São Paulo, segundo o qual as diligências solicitadas pela defesa não eram novas ou eram inviáveis.
Ainda segundo o magistrado do Supremo, sua decisão é provisória, podendo ser "a qualquer tempo revogada e modificada", e "sem prejuízo de reanálise no mérito" do recurso.
A denúncia da suposta ação de Aloysio para atrasar o processo está no pedido dos procuradores da Lava Jato no MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) para que Gilmar Mendes seja considerado suspeito em casos envolvendo o ex-senador e Paulo Preto. A solicitação da força-tarefa foi encaminhada cerca de duas horas antes da condenação do ex-diretor da Dersa.
Hoje, ele foi condenado a 145 anos e oito meses por formação de quadrilha, peculato (desvio de dinheiro público) e inserção de dados falsos em sistema de informação. A denúncia partiu da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo e trata de supostos desvios de R$ 7,7 milhões que deveriam ser usados para reassentar moradores afetados pelas obras do Rodoanel, uma das principais vias da Grande São Paulo.
No fim da tarde de hoje, após a divulgação do pedido de suspeição do MPF-PR contra Gilmar Mendes, a reportagem do UOL tentou contato com o ministro e Aloysio Nunes, mas não conseguiu resposta.
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