Flávio Bolsonaro pede investigação de contratos das redes do governo Lula

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou com representação e pediu investigação de contratos para o gerenciamento de redes sociais feitos pelo governo Lula (PT).

O que aconteceu

Representação é contra presidente Lula e ministro Paulo Pimenta. O documento foi encaminhado para a TCU (Tribunal de Contas da União), na quinta-feira (25), e pede a apuração de licitação feita para a contratação de quatro agências de publicidade que vão administrar as redes sociais do governo petista. O contrato é de R$ 197 milhões pelo prazo de 1 ano, com possibilidade de ser prorrogado.

Flávio Bolsonaro suspeita de ilegalidade no processo. Na representação, ele aponta indícios de que algumas das empresas (que seriam vinculadas a políticos da base) foram favorecidas no processo de licitação.

Com vistas a possibilidade de melhores resultados no que concerne à popularidade do Chefe do Executivo, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, lançou um instrumento convocatório de licitação, na modalidade concorrência e critério melhor técnica, para contratar quatro empresas prestadores de serviço de comunicação digital pelo prazo de doze meses. Trecho da representação

Obviamente há que se perquirir se houve vício a macular o processo de licitação, posto que existem robustos indícios de que poderiam ser beneficiados alguns concorrentes em detrimento dos demais, pelo fato de que os primeiros classificados seriam vinculados a líderes, ministros e parlamentares do atual governo.

Vencedoras da concorrência foram anunciadas na quinta. Foram elas: as empresas Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o Consórcio BR e Tal, composto pela BRMais e a Digi&Tal. Dentre as cinco agências ganhadoras, duas delas nunca firmaram contratos com o governo federal, segundo os dados do Portal da Transparência.

Contratos milionários por doze meses. Cada agência deve embolsar cerca de R$ 49 milhões cada por acordo com duração de um ano.

A única agência vencedora que tem um histórico consolidado de contratos com órgãos federais é a BRMais, que já recebeu R$ 145 milhões por serviços prestados à União. As empresas Moringa L2W3 e Digi&Tal receberam cerca de R$ 202 mil e R$ 94 mil do governo federal, respectivamente. Já a Usina Digital e a Área Comunicação estão entre as iniciantes no rol de vencedoras.

O UOL entrou em contato com a assessoria do governo e aguarda o retorno. Caso haja manifestação, esse texto será atualizado.

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Movimento para melhorar imagem de Lula

A mudança na comunicação digital do governo é a nova aposta do Palácio do Planalto para elevar os índices de popularidade do governo Lula que caem em todas as pesquisas realizadas desde o início deste ano. O presidente já reclamou em diversas ocasiões, inclusive publicamente, que não vê as boas ações do governo repercutindo na população, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Lula adotou como critério de escolha das agências a "melhor técnica" em vez do menor preço. As empresas vencedoras tiveram de apresentar propostas técnicas que comprovassem a capacidade de executar tarefas como mapeamento de presença digital dos Ministérios e podcasts.

Participaram da disputa 24 empresas, dentre as quais estão algumas agências de peso e com relação de longa data com o governo federal.

Secom justifica

Segundo a secretaria, o edital para a contratação "tem como objetivo o atendimento ao princípio da publicidade e ao direito à informação, por meio de ações de comunicação digital que visam difundir ideias e princípios, posicionar instituições e programas, disseminar iniciativas e políticas públicas, informar e orientar o público em geral".

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