Defesa de general preso nega plano para matar Lula: 'Era análise'

Advogado do general Mário Fernandes, Marcus Vinícius Figueiredo afirmou à GloboNews que o plano Punhal Verde Amarelo — que, segundo a Polícia Federal, trazia um planejamento para os assassinatos de Lula (PT), Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes — era "uma análise de consequências e efeitos colaterais".

O que aconteceu

Plano era "arquivo que não foi apresentado a ninguém", segundo advogado. Na entrevista, Figueiredo afirmou que documento só existiu de forma virtual e não teve versão impressa localizada pela investigação. "E se ele não tivesse sido encontrado?", questionou ele.

Advogado negou que Fernandes tivesse "intimidade" com Bolsonaro. Ele afirmou ainda que não teve acesso à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente da República, e ao conjunto de mensagens recolhidas pela Polícia Federal.

Apesar de dizer que não teve acesso a mensagens, Figueiredo afirmou que elas estão sendo apresentadas de forma fragmentada. "Não houve tentativa de golpe de estado", disse o advogado na entrevista.

Figueiredo não informou qual será a linha de defesa de seu cliente. Ao fim da entrevista, o advogado voltou a afirmar que está "descartada" a possibilidade de Fernandes fechar um acordo de delação premiada — como já havia informado ao UOL.

Plano previa morte de autoridades

Para Polícia Federal, o plano Punhal Verde Amarelo "continha um verdadeiro planejamento com características terroristas". Segundo a investigação, o documento previa "uso de químicos para causar um colapso orgânico" de Lula.

Uso de "artefato explosivo" para matar Moraes era previsto no plano. Outra possibilidade era assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal por meio de envenenamento em evento oficial público, de acordo com investigação.

Documento descrevia uso de armamento pesado. Pistolas, fuzis, metralhadoras e até um lança granada estavam entre os itens que, segundo a Polícia Federal, poderiam ser usados na execução do plano.

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Plano foi impresso duas vezes no Palácio do Planalto. De acordo com a Polícia Federal, as impressões aconteceram nos dias 9 de novembro e 6 de dezembro de 2022, após o ex-presidente Bolsonaro ser derrotado por Lula nas eleições realizadas em outubro daquele ano.

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