Faca usada em ataque a Bolsonaro pode virar peça de museu
A faca que segundo a Polícia Federal foi utilizada por Adélio Bispo para atacar o então candidato Jair Bolsonaro na campanha presidencial do ano passado poderá virar peça de museu. O pedido é do Ministério Público Federal (MPF) em Juiz de Fora (MG), onde aconteceu o ataque.
O objeto se encontra sob os cuidados da 3ª Vara Federal da cidade. O requerimento para ser levado a um museu partiu do procurador federal Marcelo Medina.
Segundo ele, pelo código de processo penal, instrumentos de crime devem ser destruídos, com exceção se houver interesse histórico na conservação, podendo, assim, ser levados para um museu. "Há portanto uma norma legal que prevê essa solução, não é uma ideia do Ministério Público. Se trata de um fato relevante para nossa história contemporânea".
A intenção de preservar a faca, de acordo com Medina, "não se destina a fazer apologia do crime, nem por outro lado promover um culto à personalidade de Jair Bolsonaro ou preservar uma espécie de relíquia. Se trata de preservar a nossa memória".
O museu para onde a faca será levada deverá ser definido pela União. Um exemplo citado por Medina é o da República, no Rio de Janeiro, onde há objetos relacionados, por exemplo, ao suicídio de Getúlio Vargas.
A 3ª Vara Federal em Juiz de Fora decidirá se acata ou não o requerimento do procurador. Questionado sobre teses de que a agressão ao então candidato teria sido uma armação, ele afirmou haver evidências do crime a partir do resultado de perícias.
A respeito do objeto utilizado por Adélio Bispo no dia 6 de setembro do ano passado, Medina também cita exames realizados comprovando ser mesmo a faca do ataque. "Essa comprovação foi feita por meio de exames de DNA. A arma foi encontrada no chão. Logo depois da prática do atentado, o Adelio Bispo foi imobilizado, deixou a faca cair, a faca foi pisada, chutada pela multidão que se encontrava ali e veio a ser recuperada por uma testemunha e foi submetida a exame técnico, encontrando-se o DNA do presidente da república na faca".
Prazo das investigações sobre ataque foi prorrogado
Ontem, a pedido da Polícia Federal, o MPF em Juiz de Fora prorrogou por mais 90 dias as investigações do inquérito complementar do caso para apurar a possível existência de um co-autor do crime.
Além disso, o novo prazo também poderá servir para identificar quem pagou a contratação da defesa de Adélio Bispo. Essa frente de investigação, porém, depende de autorização do Tribunal Regional Federal da 1ª região.
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