"Nunca indiquei um amigo", diz Lula sobre nomeados ao STF
Preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde abril do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou não se arrepender das oito indicações que fez ao Supremo Tribunal Federal entre 2003 e 2010.
O petista, que só perde para Getúlio Vargas (21), Floriano Peixoto (15), Deodoro da Fonseca (15) e João Figueiredo (9) entre os presidentes que mais indicaram nomes à Corte, disse ao site "Migalhas" que as nomeações não foram para amigos ou tiveram objetivo de defender o seu partido.
"Não me arrependo. Se eu estivesse na mesma situação que estava e tivesse os mesmos currículos das pessoas que eu tinha, eu os indicaria de novo. Não indiquei para pedir favor ou para que defendam o PT, mas sim para defenderem a Constituição. Nunca indiquei um amigo", afirmou o ex-presidente, autor das nomeações de Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Menezes Direito e Dias Toffoli ao STF.
Lula explicou ao veículo como seria o seu método para definir a escolha. "Eu tinha uma lista de currículos e sempre conversava com o ministério da Justiça, com a AGU e com a Casa Civil. Sempre consultava personalidades do mundo jurídico. Com base nisso, a gente tomava a decisão. Nunca levei em conta critério religioso. Queria saber sobre o conhecimento jurídico do cidadão e se ele estava à altura da função. Não era por outra razão".
As escolhas de dois dos oito ministros foram particularmente especiais para Lula. "Eu tenho orgulho na minha vida de ter indicado mais uma mulher na Suprema Corte, que foi a Carmen Lúcia, e o primeiro negro, que foi o Joaquim [Barbosa]". O ex-presidente completou dizendo que "o único favor que eles devem é para a consciência deles e para a Constituição".
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