FHC pede protestos contra governo, e Heleno rebate: "Por qué no te callas"
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) usou sua conta no Twitter neste sábado (5) para criticar medidas do governo federal, ainda que de forma velada, e convocar protestos em defesa da democracia brasileira.
"A violência dos bandidos assim como as do governo preocupam", escreveu FHC na rede social. "Armas nas mãos de bandidos ou de quem não sabe usá-las aumenta o medo. Demitir funcionários em áreas culturais por ideologia repete o desatino. Sem reação as democracias morrem. Há liberdade para protestar. Usemo-la", completou no post FHC.
Na postagem, ao criticar as violências do governo, listá-las em seguida e pedir protestos contra as medidas, FHC não deixa dúvidas sobre o alvo das críticas.
No trecho em que afirma que as armas nas mãos de quem não sabe usá-las, é possível aferir uma crítica ao projeto de liberação generalizada de posse e porte de armas no Brasil do presidente Jair Bolsonaro.
O governo federal também demitiu funcionários da Ancine, supostamente por questões ideológicas, e instaurou uma espécie de comissão de censura ideológica para projetos culturais receberem apoio da Caixa -- movimento chamado de "desatino" pelo ex-presidente.
Chefe do GSI reage
Horas depois da postagem do ex-presidente, foi a vez do general Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), rebater em espanhol: "Por qué no te callas", afirmou o integrante do governo Bolsonaro.
A resposta de Heleno é uma referência a uma resposta do então rei da Espanha, Juan Carlos, ao então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em 2007.
Na ocasião, durante a XVII Conferência Ibero-Americana, realizada na cidade de Santiago do Chile, o rei mandou Chávez ficar quieto após as interrupções do presidente venezuelano durante fala do então primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero em defesa do ex-primeiro-ministro José María Aznar. Chávez criticava duramente Aznar devido ao suposto apoio ao fracassado golpe de estado contra o presidente venezuelano em 2002.
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