Após invasão de embaixada, venezuelanos protestam em Brasília contra Maduro
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
16/11/2019 16h26Atualizada em 16/11/2019 17h12
Um grupo de 20 pessoas fez um protesto contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na tarde de hoje na Catedral de Brasília, um dos principais pontos turísticos da capital federal.
Com faixas e cartazes pedindo o fim do governo Maduro e a "volta da democracia", os manifestantes entoaram o hino nacional venezuelano.
O ato foi realizado três dias depois de um grupo contrário a Maduro invadir a embaixada da Venezuela em Brasília. Houve reação de militantes de esquerda e apoiadores de Maduro que foram à embaixada e, após 12 horas de invasão, o grupo anunciou que deixaria de forma voluntária a sede da representação venezuelana.
Hoje, na Venezuela, o opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou protestos em Caracas para mais uma vez pedir a saída de Maduro do poder. Milhares de apoiadores do líder oposicionista se reuniram na praça José Martí, segundo a agência de notícias AFP. Seguidores de Maduro que também saíram às ruas.
O protesto em Brasília foi realizado como um ato de apoio a Guaidó. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi um dos primeiros líderes a reconhecer a autoridade de Guaidó como presidente interino.
"Como venezuelano, é nosso dever recuperar a liberdade e o bem-estar para nosso país e nossos cidadãos", diz Jhotani Medina, 42, que era professor universitário de pedagogia na Venezuela e imigrou há pouco mais de uma semana para o Brasil.
"Guaidó chamou o povo venezuelano a sair nas ruas hoje. Estamos tentando tirar Maduro para restaurar a democracia", afirma Gabriela Álvarez, assessora de imprensa voluntária da embaixadora Maria Teresa Belandria, embaixadora indicada por Guaidó para representar o país junto ao governo brasileiro.
Sobre a invasão à embaixada, Gabriela Álvarez afirma que o grupo não forçou a entrada e teve acesso à sede diplomática por meio de chaves fornecidas por funcionários venezuelanos que não mais apoiam o governo Maduro.
Em comunicado divulgado após a saída do grupo da embaixada, Maria Teresa Belandria, embaixadora indicada por Guaidó, afirmou que iniciou um processo de negociação para que possa "no menor tempo possível", ter acesso novamente à embaixada em Brasília.