Militantes pró-Guaidó anunciam saída voluntária da embaixada venezuelana
Resumo da notícia
- Manifestantes pró-Guaidó tentaram se instalar na embaixada da Venezuela em Brasília hoje
- Brasil o reconhece como presidente venezuelano, mas embaixada é conduzida por leais a Maduro
- Nesta tarde, os manifestantes decidiram sair pacificamente do prédio
No fim desta tarde, apoiadores de Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil como presidente da Venezuela, aceitaram se retirar "de forma voluntária" da embaixada do país em Brasília.
A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres.
A saída foi ocorrendo de forma gradual. Às 17h30, os últimos dez militantes pró-Guaidó que estavam no prédio deixaram o local por uma saída na parte do trás do prédio. Ninguém foi preso, segundo a polícia.
A medida foi adotada para evitar contato com militantes de esquerda, a favor do ditador Nicolás Maduro, que estavam na parte da frente do prédio protestando contra a presença dos opositores.
Segundo os militantes de esquerda, a polícia deverá retirar os carros dos partidários de Guaidó que ainda estão no local. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que acompanhou a movimentação, afirmou que os opositores de Maduro levaram um retrato de Juan Guaidó para instalar no local.
Em comunicado divulgado após a saída dos apoiadores de Guaidó, a embaixadora que se opõe a Maduro, Maria Teresa Belandria, afirmou que iniciou um processo de negociação para que possa "no menor tempo possível", ter acesso novamente à embaixada em Brasília.
A conversa com as autoridades brasileiras, disse Belandria, será conforme "os interesses [do Brasil] e nossos direitos legítimos". "Sabemos de onde vem a violência e quem a gerou. As evidências demonstram claramente quem são os responsáveis.", afirmou a embaixadora, acusando ainda o regime de Nicolás Maduro de ter "enviado grupos civis para gerar caos e confusão na sede da embaixada."
Invasão ou entrada pacífica?
A equipe que trabalha em Brasília em nome de Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela e reconhecido pelo Brasil como mandatário daquele país, afirmou hoje que acessou "com chaves" a embaixada venezuelana em Brasília. Mas comunicado emitido pelo regime de Nicolás Maduro fala em "tomada violenta" e exige reação do governo brasileiro.
O confronto expõs uma situação inusitada na embaixada da Venezuela no Brasil: oficialmente, o governo brasileiro reconhece Guaidó como presidente da Venezuela, e María Teresa Belandria Expósito como sua embaixadora. Mas a equipe que responde a Jorge Arreaza, chanceler de Maduro, segue trabalhando no local.
Versão da equipe de Guaidó
"Não há nenhuma fechadura danificada, nem violentada", dizia mensagem distribuída a jornalistas pela assessoria de María Teresa Belandria Expósito, reconhecida pelo Itamaraty como embaixadora da Venezuela no país.
Mais cedo, Expósito negou que a embaixada do país em Brasília tenha sido invadida por apoiadores do opositor de Maduro.
"Um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela no Brasil entrou em contato conosco para nos informar que reconhecem o presidente Juan Guaidó. Eles começaram a abrir as portas e entregar voluntariamente a sede diplomática à representação legitimamente credenciada no Brasil. Essa ação foi imediatamente comunicada ao Ministério das Relações (Exteriores)", diz a nota assinada pela representante.
Chanceler de Maduro contesta versão
A versão de Expósito foi contestada pelo chanceler do governo Maduro, Jorge Arreaza.
Em comunicado divulgado nesta tarde, Arreza classifica de "mentira" a versão de que funcionários da embaixada tenham facilitado a entrada da equipe pró-Guaidó.
Ele afirmou no Twitter que a embaixada foi "invadida à força na madrugada" e cobrou o governo brasileiro a garantir a segurança de seu pessoal e de suas instalações. "Exigimos respeito à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", afirmou.
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