MPF denuncia presidente da OAB por calúnia contra Moro
O Ministério Público Federal denunciou ontem o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, por crime de calúnia em fala dirigida a Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública.
O MPF pediu também que Santa Cruz seja afastado cautelarmente da presidência do Conselho Federal da OAB.
Segundo a denúncia, o presidente da OAB teria dito que Moro "usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe da quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas". A declaração foi publicada em nota da coluna da jornalista Mônica Bérgamo, na Folha.
Em nota, o MPF pontuou que Felipe Santa Cruz teve "intenção de acusar, de forma clara e consciente, o ministro da Justiça de formação de quadrilha, (...) com o agravante de tal acusação ter sido direcionada a funcionário público e em razão de suas funções".
A denúncia é o primeiro passo de uma eventual ação penal. Felipe Santa Cruz ainda não é réu. O processo só começa se a denúncia do MPF for aceita (recebida) pela Justiça Federal. Uma vez recebida a denúncia, o acusado se torna réu e é iniciado um processo com direito a contraditório (manifestação da defesa do acusado). A pena pelo crime de calúnia é de seis meses a dois anos de detenção, além de multa.
Outro lado
Em nota, o advogado do presidente da OAB, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que a denúncia é um atentado à liberdade de expressão.
Segundo nota divulgada pelo advogado, ele pedirá a abertura de uma investigação contra o procurador da República Wellington Divino de Oliveira, autor da acusação, por abuso de autoridade ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
Militante político
"O atual presidente [da OAB] utiliza o manto de uma das principais instituições do Estado Democrático Brasileiro para agir como militante político", concluiu o procurador.
Segundo o MPF, o afastamento de Felipe Santa Cruz da presidência do Conselho Federal da OAB é necessário pois o advogado usa a instituição para emitir opiniões pessoais.
O MPF cita como exemplo desse tipo de conduta o pedido feito por ele para ingressar como assistente no processo da Operação Spoofing não tem "amparo legal" e visa "interferir no andamento das investigações".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.