Em meio ao coronavírus, Bolsonaro celebra 65 anos com "festinha" restrita
Em meio à crise do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que completa 65 anos hoje, vai realizar uma celebração restrita para familiares. A princípio, devem participar da "festinha" apenas ele, a primeira-dama Michelle, a filha do casal e uma enteada. Talvez venham parentes da mulher do presidente.
Hoje, o casal também comemora a data do casamento religioso, realizado em 2013 pelo pastor Silas Malafaia. Os dois têm 12 anos de casados, porque a cerimônia civil foi realizada em 28 de novembro de 2009. Amanhã, Michelle comemora 38 anos.
Em redes sociais, militantes contrários ao governo convocam mais um panelaço contra Bolsonaro, desta vez na noite de hoje. Eles distribuem vídeos mencionando o aniversário do presidente e um protesto marcado para as 20h.
Presidente lembrou que faria festa hoje
Ontem, Bolsonaro fez questão de lembrar da celebração. "A festa amanhã é eu, minha esposa e duas filhas", recordou o presidente, logo depois de se despedir dos jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada. Bolsonaro e Michelle são pais de Laura. A primeira-dama tem uma filha, Letícia, de 16 anos, fruto de um antigo relacionamento.
Bolsonaro detalhou que a celebração seria restrita e que não chamaria seus familiares, que moram no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Eu não tenho parentes em Brasília. E também não convidaria. Ela tem alguns parentes em Ceilândia. Talvez venha o pai dela, a irmã dela. Não vai ter mais que oito pessoas em casa."
Apesar do coronavírus, o presidente afirmou que costuma fazer festas discretas. "Como sempre foi. Meu aniversário sempre foi isso. No ano passado, alguém ficou sabendo de festa de aniversário? Alguém já viu alguma festa no ano passado aqui?", questionou aos jornalistas. "O que teve, na festa junina... foram servidores, funcionários daqui."
Panelaço contra "autoridades" seria "ensurdecedor", diz Bolsonaro
Ontem, Bolsonaro disse não estar "preocupado" com panelaços. Mas destacou que, se fossem feitos panelaços conta "algumas autoridades" e a TV Globo, o som seria "ensurdecedor".
Bolsonaro foi alvo de três dias de panelaços depois que desrespeitou medidas de combate à covid-19 para ir abraçar militantes políticos em um protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo (19). Até apoiadores das pautas do governo e setores da elite passaram a bater panelas nas varandas e janelas.
"A minha preocupação é se marcarem contra a Globo ou contra algumas autoridades que temos por aí, tá certo? Vai ter um som ensurdecedor", afirmou.
"Eu não estou preocupado com panelaço, estou preocupado com o vírus, a saúde, com o emprego do povo brasileiro. Qualquer panelaço, qualquer coisa que venha a acontecer, é manifestação democrática, toca o barco."
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