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Coronavírus: Para Molon, rejeição de Bolsonaro mostra exigência de mudanças

Do UOL, em São Paulo

08/04/2020 13h39

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), empenha esforços na desinformação em tempos de combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil — e precisa ser parado.

É o que afirmam alguns do principais nomes da oposição a Bolsonaro, reunidos no UOL Debate de hoje: Fernando Haddad (PT), Manuela d'Ávila (PC do B), Guilherme Boulos (PSOL) e Alessandro Molon (PSB).

No fim de março, oposicionistas assinaram um manifesto pedindo a renúncia de Bolsonaro. Para Molon, que não é signatário da carta, a reprovação do presidente na última pesquisa do Datafolha é sinal da exigência de um novo rumo.

"O dado do Datafolha mostra que, embora a população brasileira perceba a incapacidade do presidente da República de conduzir o país nesse momento, ela teme que o mundo político gaste a energia que deve estar focada no enfrentamento da pandemia em um processo de impeachment. A carta não fala de impeachment, mas de renúncia", disse.

"A população quer dizer: a situação é grave demais para ser ainda mais complicada. Isso que a pesquisa traduz, não significa que achem que ele deve continuar à frente do governo", acrescentou.

"Quando ele diz que as pessoas precisam sair de casa para trabalhar, trabalha um desejo real das pessoas. Quem de nós não tem vontade de sair da sua casa? Existe a responsabilidade da manutenção na disputa no patamar que fez com que ele se elegesse e mantém esse governo", acrescentou.

Ainda de acordo com Manuela, até mesmo o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, tem sofrido negativamente a pressão de Bolsonaro em suas medidas.

"O ministro da Saúde no dia do fico ou não fico anunciou flexibilização do isolamento, na contramão do que especialistas do Brasil e do mundo estão fazendo. Estamos no período de ampliar as condições de isolamento e alertar a população", disse.

"Não há propaganda oficial do governo sobre como proceder nesse isolamento como a população fica em casa, higieniza os alimentos. O centro do documento é: salvar os brasileiros. Renda básica emergencial, que ainda não foi esclarecido. As filas nas agências bancárias quebrando todas as regras de isolamento e distância social adequadas são fruto da desinformação do governo."