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Maia flerta com prevaricação ao não agir contra Bolsonaro, dizem auditores

"Assistimos ao presidente da Câmara reconhecendo o ataque à democracia sem nenhum gesto concreto tomar", afirma Unafisco - Marcelo Camargo/ABR
"Assistimos ao presidente da Câmara reconhecendo o ataque à democracia sem nenhum gesto concreto tomar", afirma Unafisco Imagem: Marcelo Camargo/ABR

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

20/04/2020 19h18Atualizada em 21/04/2020 13h10

Auditores da Receita Federal reclamaram que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reprova a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas, segundo eles, se omite e não toma atitudes concretas em relação a isso. Por isso, na avaliação da Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco), o deputado está "flertando com a prevaricação".

Em manifestação na tarde desta segunda-feira (20), a entidade afirmou que Bolsonaro caminha para "um bolsochavismo tupiniquim de ultradireita", e que isso não pode ser tolerado. Ele participou de atos que, em frente ao Quartel General do Exército, pediam a intervenção militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), um caso de retorno à ditadura.

No entanto, a omissão de Maia chamou a atenção dos auditores. "Residindo na mesma praça dos três poderes, assistimos ao presidente da Câmara dos Deputados reconhecendo o ataque à democracia sem nenhum gesto concreto tomar, flertando coma prevaricação", afirmou a Unafisco.

Bolsonaro imita Venezuela, acusam auditores

Eles disseram que Bolsonaro imita as táticas do presidente da Venezuela Nicolás Maduro, e seu antecessor, o falecido Hugo Chávez.

"O Brasil caminha para uma nova versão do chavismo venezuelano: um bolsochavismo tupiniquim de ultradireita", avalia a nota dos auditores. "O populismo tem marcado presença até mesmo quando a distância social é regra geral no mundo inteiro."

Mas não para algum protótipo de ditador que continua (não foi a primeira vez!) convocando seus apoiadores às ruas para atacar as instituições que garantem o Estado Democrático de Direito. Mesma tática utilizada tanto por Hugo Chávez, quanto por Nicolás Maduro."
Nota da Unafisco

A entidade disse que "zumbis" estavam em frente ao quartel-general do Exército no domingo. Sem citar o nome do polemista Olavo de Carvalho, a nota cita o "delírio de algum astrólogo".

"O Brasil está doente. Muito doente. O que vimos pelas ruas nesse dia 19/04/2020 foram verdadeiros zumbis, presos no espaço-tempo de adoração ao passado que só existiu no delírio de algum astrólogo autoproclamado filósofo."