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Moro não era ministro, era espião, diz Eduardo Bolsonaro

Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

03/05/2020 09h41

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ironizou, em uma mensagem no Twitter, o tempo de duração do depoimento do ex-ministro de Justiça e Segurança Pública Sergio Moro à Polícia Federal ontem, em Curitiba.

Eduardo disse que "Moro não ministro", mas sim "espião" no governo de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro pediu demissão do cargo alegando tentativa de interferência na Polícia Federal com a exoneração de Maurício Valeixo.

"Realmente é preciso muito tempo dando depoimentos a delegados amigos para ver se acham algo contra Bolsonaro. Moro não era ministro, era espião", escreveu Eduardo Bolsonaro.

O depoimento de Moro durou mais de 8 horas. Segundo informações da Globonews, ele teria confirmado as acusações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre crimes de interferência política na PF e apresentou novas provas entre áudios, troca de mensagens e e-mails.

Inquérito no STF

A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que também quer investigar se o ex-juiz da Lava Jato cometeu crime de denunciação caluniosa.

O inquérito corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O relator é o ministro Celso de Mello, que deixa a corte no fim do ano.

Em entrevista à revista Veja, Moro disse que considerou "intimidação" o fato de a Procuradoria-Geral da República o investigar por suposta denúncia falsa.

Aras foi indicado ao cargo pelo próprio Bolsonaro, numa ação em que o presidente deixou de escolher um nome da lista tríplice de candidatos eleitos internamente pelo Ministério Público Federal.

Em resposta, Aras disse que não admite ser manipulado ou intimidado.

A demissão de Moro foi o desfecho de uma crise que começou em 2019, quando Bolsonaro interveio na PF no Rio de Janeiro.

Ao pedir exoneração do cargo de ministro no último dia 24 de abril, Moro afirmou que Bolsonaro tentou interferir e receber dados sigilosos de investigações da Polícia Federal.

Bolsonaro admite que quer ter acesso a relatórios de inteligência diretamente da PF todos os dias. Moro afirma que isso é interferência e que é uma atitude antirrepublicana e contra os princípios constitucionais. Bolsonaro considera que esse procedimento é normal.