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Sena, que insultou enfermeiras, foi ao portão do Alvorada durante trabalho

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

06/05/2020 17h27

Renan da Silva Sena, ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) que agrediu enfermeiras, é frequentador assíduo do "cercadinho" do Palácio da Alvorada e já hostilizou jornalistas que cobrassem as atividades do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O chamado cercadinho é uma área ao lado do portão de entrada da residência presidencial, onde apoiadores se concentram para tentar falar com Bolsonaro. Sena foi visto em diversas ocasiões no local quando deveria estar cumprindo tarefas do ministério, de acordo com a apuração do UOL.

Reportagem do jornal digital Poder360 mostrou que no dia 2 de abril, Sena hostilizou e xingou jornalistas. Nesta data, ele deveria estar cumprindo tarefas do ministério, em regime de home office, de acordo com nota da própria pasta.

O UOL revelou que desde meados de março ele não exercia suas atividades, mas frequentava protestos antidemocráticos.

Na segunda-feira (4), Sena esteve novamente no cercadinho, três dias depois de agredir enfermeiras. Ele vestia uma camisa amarela que estampava o rosto de Jair Bolsonaro. Neste dia ele teve seu contrato de trabalho rescindido, de acordo com comunicados do MDH, pasta comandada por Damares Alves, e da G4F Soluções Corporativas, que emprega Sena.

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Renan da Silva esteve no cercadinho no dia em que foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos
Imagem: Reprodução/Facebook

O militante foi um dos organizadores dos protestos contra isolamento social ocorrido em Brasilia, no último domingo (3), conforme mostrou reportagem do jornal "Estado de S.Paulo".

Manifestante levou jaleco ao presidente

A empresária Marluce Carvalho de Oliveira Gomes, integrante do grupo que insultou enfermeiras no fim de semana, foi ao cercadinho ontem falar com o presidente da República.

Ela mostrou um jaleco a Bolsonaro e afirmou que o objeto foi entregue a uma moradora de rua para participar da manifestação das enfermeiras. O jaleco pertenceu a uma médica de Brasília, sem qualquer relação com o protesto de enfermeiras, conforme apurado pela reportagem.

O UOL confirmou que todos os participantes do protesto dos profissionais eram enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem. Eles usavam jalecos com seus nomes identificados.

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Agressora de enfermeiras, a empresária Marluce Gomes conversou ontem com Jair Bolsonaro
Imagem: Reprodução/Facebook

A reportagem procurou Sena e Marluce, mas eles não responderam os telefonemas nem mensagens enviadas por email.