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'Estados estão à merce de sua própria sorte', diz governador da Paraíba

João Azevêdo criticou falta de articulação do governo federal com governadores e prefeitos no combate à covid-19 - Francisco Franca/Secom
João Azevêdo criticou falta de articulação do governo federal com governadores e prefeitos no combate à covid-19 Imagem: Francisco Franca/Secom

Do UOL, em São Paulo

11/05/2020 17h50

O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), fez duras críticas hoje ao governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista à CNN Brasil, Azevêdo afirmou que falta aos comandados do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), um discurso de articulação com governadores e prefeitos.

"Na mudança da equipe do ministério (da Saúde, em abril), criou-se um vácuo. Durante esse período, a logística que estava sendo implementada para a aquisição de equipamentos foi suspensa, e implantou-se uma nova filosofia. Hoje, não temos respiradores chegando da China, e fabricam-se aqui 180, o que não representa nada", disse Azevêdo.

"Faltou um discurso único, de liderança. Os estados estão à mercê de sua própria sorte, buscando aquisição de equipamentos, com uma dificuldade muito grande, com aproveitamento do mercado subindo preço de equipamentos. Faltou um discurso único, e a gente percebe que há um desencontro da fala de autoridades do governo federal", acrescentou.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até as 19h de ontem, a Paraíba contabilizava 2.341 casos da covid-19, com 135 óbitos causados pela doença. Para Azevêdo, ainda não é o momento de relaxar as medidas de isolamento.

"Só será possível flexibilizar quando (houver), primeiro, uma diminuição constante de casos a cada dia, quando tivermos atingido o patamar máximo de contaminação, quando tivermos um número de leitos que ofereça essa garantia de UTI", explicou.

Em cálculos do governador, a Paraíba tem apenas 55% de leitos hospitalares ocupados, mas os números são menos favoráveis em outros recortes. São cerca de 67% de leitos de UTI ocupados e 70% de leitos ocupados na região metropolitana de João Pessoa, por exemplo.

"Nós não temos hoje, ainda, um plano de contingência todo formalizado, por conta de UTIs que não foram instaladas por falta de equipamento. É preciso ter uma visão mais clara, consistente. Estamos subindo uma ladeira. Quando estivermos descendo, poderemos flexibilizar", concluiu.