MPF investiga suposto vazamento da PF em operação e ouvirá Paulo Marinho
O Controle Externo da Atividade Policial do MPF (Ministério Público Federal) instaurou hoje procedimento investigatório criminal para apurar supostos vazamentos da Policia Federal na Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018. A investigação acontece após declarações do empresário Paulo Marinho em entrevista à Folha de S.Paulo.
Na mesma ação, o MPF pede à Justiça Federal o desarquivamento do inquérito policial que apurou, à época, suspeitas de que informações privilegiadas foram vazadas. Há dois anos, o caso foi arquivado depois que a própria PF considerou não ter evidências.
Para justificar o desarquivamento do inquérito, o procurador da República Eduardo Benones alegou que "há notícias de novas provas que demandam atividade investigatória".
Benones refere-se ao relato de Paulo Marinho à Folha de S.Paulo no último fim de semana. Na entrevista, Marinho afirmou que Flávio Bolsonaro, então deputado estadual, teria conhecimento prévio da operação e informações sobre movimentação atípica nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar, que apontavam para a prática de "rachadinha", ou seja a retenção indevida de parte dos pagamentos recebidos por outros funcionários de gabinetes da própria Assembleia Legislativa.
"As investigações visam descobrir se policiais federais vazaram informações sigilosas para privilegiar quem quer que seja. Caso fique comprovado, os policiais responsáveis podem ser presos e até perder o cargo por improbidade", disse, em nota, o Coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF/RJ.
O MPF informou que ouvirá o empresário Paulo Marinho, provavelmente nesta semana, e que pedirá a segurança dele antes e depois da oitiva.
Flávio negou as acusações de Marinho e disse que ele tem interesse em sua vaga no Senado —o empresário é suplente do filho de Bolsonaro na Casa.
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