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Advogado de Flávio Bolsonaro rebate acusação a senador: 'Fato não existe'

Segundo Frederick Wassef, Flávio Bolsonaro é alvo de campanha que atingiria também Jair Bolsonaro - Adriano Machado/Reuters
Segundo Frederick Wassef, Flávio Bolsonaro é alvo de campanha que atingiria também Jair Bolsonaro Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

20/05/2020 14h20

Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, afirmou hoje que não há provas que atestem a acusação feita pelo empresário Paulo Marinho contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Ao jornal Folha de São Paulo, Marinho afirmou que Flávio soube entre o primeiro e o segundo turnos da eleição presidencial de 2018 que a Operação Furna da Onça — que atingiu Fabrício Queiroz (à época assessor de Flávio, então deputado) — seria deflagrada, mas que teria sido adiada para não prejudicar a candidatura de Jair Bolsonaro (então no PSL, atualmente sem partido) à presidência da República.

"O fato alegado não existe. Jamais o senador Flávio Bolsonaro teve qualquer informação privilegiada de qualquer investigação em curso. Estamos tendo meu cliente como vítima de fake news", disse Wassef em entrevista à CNN Brasil

"Compete a quem alegou tais fatos prová-los dentro do referido inquérito policial. Não passa de uma campanha contra o senador Flávio Bolsonaro e o presidente da República", acrescentou.

Ao longo da entrevista, Wassef comparou as acusações de Paulo Marinho às feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Ao deixar a pasta, Moro alegou que Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na nomeação do cargo de delegado-geral da Polícia Federal e na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

"Da outra vez que escutei algo parecido com isso, foi do nosso ex-ministro Sergio Moro, que também alegava que iria provar em seu depoimento que nosso presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal. Hoje eu convido qualquer um, está disponível o depoimento do ministro Sergio Moro na internet — não há nem necessidade de ser advogado para se constatar de forma inequívoca que o presidente Jair Bolsonaro jamais interferiu na Polícia Federal ou no Ministério da Justiça. Está provado o oposto: o presidente Jair Bolsonaro foi vítima de outra pessoa, de um ministro de Estado, que pulou a cerca para avançar dentro do poder Executivo e de atos de prerrogativa do poder Executivo", declarou.

Caso Adélio

Frederick Wassef ainda se manifestou a respeito da investigação a respeito do atentado sofrido por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) durante a campanha eleitoral de 2018.

A Polícia Federal, em segundo inquérito, que Adélio Bispo de Oliveira, agiu sozinho. Wassef, porém, demonstrou não acreditar na conclusão, e acredita que Bolsonaro também não acredita.

"Eu não posso aqui me manifestar em nome do presidente, mas posso dizer o seguinte: é pública e notória a opinião do presidente. Não posso falar em nome do presidente. Minha convicção pessoal, absoluta (...): eu não acredito. Adélio Bispo não agiu sozinho, não é louco", afirmou.

"O fato de a conclusão do inquérito não ter concluído a participação de mais membros não é o final das investigações, não é verdade dogmática ou divina. Independente da atuação da Polícia Federal, não vou entrar no mérito, sempre elogio a nossa gloriosa Polícia Federal; porém, é normal que possam existir falhas, situações em que o inquérito não chegou a outros elementos. Não dá para falar de um inquérito que tramita em sigilo."

Para o advogado, Adélio "foi treinado" por um eventual mandante. "Tinha um plano B. Caso ele não fosse morto a tiros pelo segurança, ele tinha que ter um discurso", acreditou, indo além.

"Adélio Bispo, na contramão de criminosos que são presos todos os dias, tinha um discurso perfeito para ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Na lei que aplicaram nesse inquérito, que foi uma falha técnica, é uma pena de três a dez anos (de prisão). Ainda se ele fosse condenado, nem cadeia daria a Adélio Bispo. A Lei de Segurança não era o caso. Era o caso para a Polícia Civil. Crimes contra a vida não são de competência da Polícia Federal."