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Bolsonaro cobra que ministros se exponham: 'Tem que falar, esculachar'

Presidente Jair Bolsonaro e então ministro Sergio Moro no Palácio do Planalto, em Brasília - ADRIANO MACHADO
Presidente Jair Bolsonaro e então ministro Sergio Moro no Palácio do Planalto, em Brasília Imagem: ADRIANO MACHADO

Patrick Mesquita

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 19h15Atualizada em 22/05/2020 22h03

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), cobrou apoio e exposição durante a reunião interministerial do dia 22 de abril.

A gravação do encontro foi divulgada hoje pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, como prova da interferência de Bolsonaro na cúpula da Polícia Federal.

"A questão de armamento, né? Mas por quê? Espera aí! Senhor ministro da Justiça, por favor. Foi decidido há pouco tempo que não podia botar algema em quase ninguém. Por que estão botando algema, em cidadão que está trabalhando, ou mulher que está em praça pública, e a Justiça não fala nada?", questionou, em referência a ações de agentes de segurança pelo Brasil contra cidadãos durante medidas de isolamento no âmbito do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

"Tem que falar, pô! Vai ficar quieto até quando? Ou eu tenho que continuar me expondo? Tem que falar, botar para fora, esculachar! Não pode botar algema! Decisão do próprio Supremo. E vamos ficar quieto até quando? Fica humilhando nosso povo, por quê? Isso está crescendo", acrescentou.

Na reunião, Bolsonaro ainda reforçou o pedido de união à direita, pensando nas eleições de 2022, de forma a manter a esquerda afastada do poder.

"Pessoal fica apontando para mim, (dizendo): 'votei em você para você fazer alguma coisa', 'votei em você para você tomar decisões, para você brigar'. E é verdade. Eu estou me lixando com a reeleição. Eu quero mais que alguém seja eleito, se eu vier candidato, tá?"

"Eu quero ter paz no Brasil, mais nada. Porque se for a esquerda, eu e uma porrada de vocês aqui tem que sair do Brasil, porque vão ser presos. E eu tenho certeza que vão me condenar por homofobia, oito anos por homofobia", acrescentou.