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Amoêdo vê discussão sobre Forças Armadas com preocupação e culpa Bolsonaro

João Amoêdo à época da sua candidatura à presidência pelo Novo, em 2018 - Marcio Komesu/UOL
João Amoêdo à época da sua candidatura à presidência pelo Novo, em 2018 Imagem: Marcio Komesu/UOL

Do UOL, em São Paulo

17/06/2020 15h43

Candidato à presidência em 2018 e um dos fundadores do partido Novo, João Amoêdo disse hoje que está preocupado com a atual discussão sobre o papel que as Forças Armadas exercem ou possam vir a exercer no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-presidente do Novo responsabilizou Bolsonaro pela "polarização".

"Tenho a sensação de que as Forças Armadas são como juiz de futebol: quando você não está falando sobre é porque está indo bem", comparou Amoêdo em entrevista à CNN Brasil.

"Me preocupa hoje no Brasil esse cenário onde as Forças Armadas viraram objeto de discussão. No passado recente não tínhamos isso. E certamente isso para mim denota um enfraquecimento das nossas instituições e principalmente das relações institucionais", disse.

Amoêdo atribui esse momento, quando alguns movimentos falam até em intervenção militar, à estratégia de polarização que Bolsonaro adotou desde o início do seu mandado, em 2019.

"Na minha avaliação, isso é responsabilidade do presidente, que tem puxado desde o primeiro momento e mantido essa questão da polarização muito forte. As Forças Armadas têm um papel importante, mas têm que ficar neutras em todo esse processo", afirmou.

Em meio a um embate entre poderes, com os recentes inquéritos das fake news e contra atos antidemocráticos conduzidos pelo STF (Superior Tribunal Federal), o ex-candidato à presidência reforçou que apoia movimentos pró democracia, mas que o mais importante é a manutenção dos papéis das instituições.

"Ninguém será contra um movimento para preservar a democracia, terá nosso apoio, mas é importante ficar claro quais são as lideranças e quais as propostas, para que isso não desemboque numa candidatura em 2022, porque isso perde força. O mais importante é a preservação das instituições, do STF, do Congresso, do Executivo e principalmente do poder e da responsabilidade do cidadão", disse.